Protesto em Manguinhos termina com estudante baleada
Será que a jovem Juliane, que estava apenas exercendo seu livre direito a manifestação, sem máscaras, sem depredar nada, receberá o apoio das pessoas preocupadas com a violência policial nas redes sociais?
Será que assim como o menino rico que foi alvejado no meio do quebra-quebra, receberá a jovem favelada também a visita de um agente da lei no hospital público em que está internada?
Será que os advogados da OAB estarão presentes para lhe auxiliar como fazem com a turma do asfalto?
A resposta é conhecida: Não, Juliane não existe. "Amarildo" é o máximo que nossa elite consegue ir, e mesmo assim por um viés utilitário, pois saber o real paradeiro do pedreiro, suspeito de associação com o tráfico, certamente mobilizou menos do que a utilização de seu nome para fins reivindicatórios. O slogan superou o homem.
Juliane não existe, simplesmente porque Juliane não interessa. Juliane não é uma black bloc, não é uma "Sininho", é apenas uma jovem estudante revoltada com a truculência de uma policia assassina.
Ora, mas não é justamente essa a causa maior que a classe média está gritando agora nas redes? Contra os excessos dessa polícia que aí está?!
Juliana foi alvejada numa daquelas operações que sempre contou com a conivência histórica das " pessoas da boa sociedade". Seu caso é mais um que faz parte da velha lógica: Mantém o pobre, preto e favelado lá dentro e deixa o sul maravilha viver a sua felicidade segregada em paz. O que acontece lá, a gente vai fingindo que não vê.
Assim a polícia foi formada, essa foi a incumbência que recebeu da classe dominante. "Na favela barbariza a vontade e dá o jeito de vocês pra segurar eles lá, e aqui embaixo a gente te suborna, te compra na esquina e quando houver invasão a gente apóia e até aplaude as mortes. O negócio sempre foi e ainda é garantir a ordem social a qualquer custo. Não a toa esse governador que aí está foi consagrado em sua reeleição na Zona Sul com a bandeira maior da segurança pública.
Como diz muito bem o delegado Orlando Zaccone, essas pessoas querem um estado policial...mas para o outro, jamais para si próprias. E o outro no RJ sempre teve nome endereço muito bem definidos, como tem a jovem moradora de Manguinhos
Nessas horas, não tem jeito, a cidade partida revela a sua face. Mil memes, charges, vídeos, fotografias, textos e discursos se desmoronam diante dos fatos.
E enquanto o povo trabalhador sai pra mais um dia de luta sem saber que horas volta, enquanto na favela essa polícia que foi "esquentada pela rapaziada" no centro da cidade largo o aço de verdade nas pessoas, segue no Facebook a guerrinha particular dos 'descolados' até o próximo protesto de alguma categoria sofrida como a dos professores, onde desembarcarão com suas máscaras, mochilas equipadas, máquinas de ponta, seus personal-lawyers e muita arrogância para começar tudo de novo...
http://racismoambiental.net.br/2013/10/adolescente-e-baleada-em-protesto-apos-morte-de-jovem-familia-acusa-pms-de-upp/
quinta-feira, 17 de outubro de 2013
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