"William Bonner e Fatima Bernardes facilitaram para meu candidato, foram mais amenos com ele" (Roberto Jefferson, em seu twitter)
Roteiro previsível. Atuações medíocres.O trololó de sempre. Veja os principais pontos que destaco da "entrevista" de Serra ao JN:
1) Começa com uma aparente dura - devidamente orientados pra passar isenção - que acaba se revelando, claro, numa dobradinha pro candidato dizer que pode mais...
2)A segunda pergunta é patética. Fátima questiona: "Candidato, por que não é bom comparar governos? (leia-se por que não é bom a Dilma falar em FHC, como o Globo noticiou). Serra tira de letra e ainda levou pra metáfora do futebol, formidável!
3) A terceira pergunta, do Bonner, eu tô rindo até agora..Ela fecha a trologia "pancada no PT" de forma muito sutil..."O PSDB errou lá atras ou está errando agora? Serra reponde: "Willian é uma boa pergunta" e inverte o jogo. E no tal erro do PSDB está também o "mensalão petista" , e não os seus problemas graves e conhecidos. E mais, diferente do que fez com Dilma, Bonner aceitou passivamente a exdrúxula resposta do Serra... Um teatro de péssimo gosto.
4)Na sequência uma pergunta sobre o pedágio (calcanhar de aquiles de Serra), e aquilo que parecia ser uma dura, na verdade era um trampolim pro candidato deitar e rolar em cima da conservação das estradas federais...Que beleza!
5) E Serra seguiu mentindo, e mentindo escancaradamente na cara do casal e não foi sequer questionado. Mentiu sobre a criação dos genéricos de autoria de Jamil Haddad. Mentiu sobre o programa da Aids, feito por Adib Jatene. E poderia continuar a mentir como vem mentindo sobre o FAT (Fundo de Amparo ao trabalhador) que nada ali naquela noite o incomodaria..
6) Por fim, se ""esqueceram"" (com todas as aspas possíveis) de perguntar sobre o mensalão do PSDB, do mensalão do DEM, mas do PT não esqueceram não. Perguntaram do PTB, porque é um aliado menor e com o Serra está apenas o Roberto Jefferson. Mas é inadmissível que não tenham falado do escandaloso caso em PSDB de Minas e do mensalão do DEM.
7) Até a interrupção final, por mais incrível que possa parecer, acabou beneficiando José Serra , que tecia comentários sobre sua origem humlide e trajetória dificil, e seria muito dificil um desfecho que não caísse na pieguice ou na falsidade braba mesmo. Com a intervenção de Willian ele consegue dar o recado e ainda passa pelo camararada educado e "coitado" que foi cortado quando falava da família..e no Brasil, teses e teses socilógicas já formam escritas pra mostrar o peso que isso tem., principalmente nas camadas mais populares que dão mais credibilidade ao JN.
ps: Em seguida na Globo News, a continuação da peça de Ali Kamel, mas agora em outro formato, claro..Um Serra bem mais a vontade com Monforte, e sendo elogiado por Cristiana Lobo e Merval Pereira . E no dia seguinte no Globo, não preciso nem digitar mais...
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As estratégias óbvias da mídia
ResponderExcluirEnviado por luisnassif, qui, 12/08/2010 - 12:08
As estratégias da velha mídia são tão óbvias, que matam qualquer sensação de desafio, do xadrez, de se ter a sensação de decifrar grandes jogadas, estratégias superiores.
Como dois e dois são quatro, confira o que está acontecendo:
1. Pesquisas de opinião informando que Bolívia, Venezuela, Cuba, FARCs são bobagens que não chegam a população. Mas o "mensalão", sim.
2. Montam-se as entrevistas com candidatos, com William Bonner enfatizando em todos os momentos a imagem do "mensalão do PT". Até mesmo para falar das alianças políticas de Serra. Pois foi com o PTB, que esteve envolvido... no "mensalão do PT".
3. O próximo lance será um dos três veículos do quadrado mágico levantar uma nova denúncia, requentar uma velha, quem sabe o julgamento pelo STF, qualquer coisa que permita trazer à baila o "mensalão". Em outros momentos diria que é a Veja. Mas seu grau de credibilidade é muito baixo. Hoje, talvez a Folha, que está entrando de cabeça em todas as frias, mesmo após o casos "ficha da Dilma" e "menino do MEP". Provavelmente o Estadão, que guardou o maior estoque de credibilidade entre os jornais.
4. Aí os jornais baterão na tecla, repercutindo a denúncia - com resultado próximo a zero. Mas permitirá à Globo repercutir no Jornal Nacional e na CBN, depois de ter reavivado a memória dos telespectadores com as perguntas colocadas nas entrevistas.
5. Plínio de Arruda Sampaio terá enorme oportunidade de mostrar uma candidatura independente - e crescer - se quando confrontado com a pergunta óbvia, mostrar que todos os partidos recorreram a isso, incluindo o PSDB - no episódio da votação da reeleição. Mas provavelmente os entrevistadores terão cautela, depois de alcançado o objetivo nas entrevistas anteriores.
Dilsinho,
ResponderExcluirNão há nada que se esperar da mídia burguesa se não o suporte ao candidato das elites. Foi patético
O candidato José Serra foi o entrevistado de hoje no Jornal Nacional. Teve direito aos mesmos 12 minutos de suas adversárias Dilma e Marina.
ResponderExcluirFoi uma entrevista muito tranqüila. Serra parecia estar com dois amigos de longa data.
Isso conta a seu favor.
E conta contra a dupla Willian Bonner e Fátima Bernardes. Que mais uma vez fez direitinho o papel a eles destinado pelo tal de Ali,o Kamel.
A primeira pergunta foi “tão difícil”, que parecia combinada.
Bonner indagou ao tucano por que ele evitava críticas a Lula e até fazia elogios se era candidato da oposição.
De maneira muito polida, Serra disse que isso se devia ao fato de que em eleição se deve olhar para frente e que quem quer ser candidato não deve andar de garupa. Hum….
E aproveitou para dar uma elogiada em Lula, mas ao mesmo tempo disse umas cinco vezes que Lula não é candidato e a partir de primeiro de janeiro do ano que vem não será presidente.
Era tudo que o tucano poderia desejar como primeira pergunta.
Se eu fosse seu assessor colocaria a pergunta embaixo da santa, rezaria e faria promessa pedindo que o Bonner a escolhesse.
Quem sabe foi isso que aconteceu. O assessor de comunicação é muito religioso e os santos resolveram intervir.
Bonner não teve como não atender a um pedido dos céus.
Mas a entrevista ainda teve momentos melhores.
Errei feio quando escrevi ontem que o entrevistador poderia falar do caso da Farc para buscar levar o PT para dentro da entrevista com Serra.
Sou mesmo um idiota.
Eles já tinham escolhido o mensalão como eixo das três entrevistas. E não tiveram dúvida. Lascaram a seguinte pergunta para Serra:
- O senhor se aliou ao PTB que estava envolvido no mensalão do PT, o senhor não acha isso uma contradição…
Vejam a sutileza do jornalista….mensalão do PT.
Serra, claro, também saiu-se muito bem. Disse que ele tem uma história e um programa de governo e que quem se alia a ele sabe qual é o seu comportamento. E que não faz concessões nem loteia cargos.
O que é mentira deslavada.
Quando assumiu a prefeitura de São Paulo, Serra trouxe de todos os cantos do estado ex-prefeitos para assumir as subprefeituras.
O objetivo era turbinar sua base para a futura disputa que almejava, o governo do estado.
Se isso não é lotear cargos, sinceramente, difícil saber o que caracteriza tal ação.
Óbvio que Bonner não se lembrou desse fato. E deixou Serra desfiar seu discurso sem contraposição.
Por fim, Bonner falou do preço dos pedágios em São Paulo. Eu e muitos paulistas pensamos, agora vai…
E Serra disse que as estradas federais são “estradas da morte”.
Qual foi a intervenção de Bonner: “Governador, então o senhor quer dizer que ou a estrada é boa e cara ou barata e ruim, é isso? Não tem outro jeito? Não tem meio termo?”
Imaginem a cara do Serra ao ouvir essa “provocação” sem tamanho.
Aproveitou para desfilar um sem-fim de possibilidades para deixar as estradas do Brasil tinindo.
E Bonner ficou ouvindo, como bom vassalo Global.
A vida é dura.
Mas não pro Serra e para os tucanos.
Eles têm uma vida bem fácil com a mídia tupiniquim.
Que já perdeu qualquer tipo de parâmetro entre jornalismo e publicidade. Entrevista e campanha.
A Globo ainda vai tentar outras cartadas. Porque nesse do ciclo de entrevistas não atingiu o objetivo desejado.
Serra não foi o melhor. No limite houve empate técnico entre os três candidatos.
E deve-se levar em consideração que Serra jogou em casa, sem time contra e sendo amigo do juiz e dos bandeirinhas.
Ah, claro, ainda contava com a torcida dos donos do estádio. E de boa parte dos seus vassalos
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