quarta-feira, 17 de julho de 2013

O problema da saúde no Brasil não é meramente estrutural, como tenta fazer crer o CFM, mas a visão mercantilista que infelizmente ainda prevalece nessa área com a complacência do governo

Texto excepcional pulblicado pelo CEBES com destaque para os principais pontos. Eu gostaria de dar ênfase a fala de Adib Jatene, que diz que a Saúde precisa de aporte, de investimento sério, mas isso exige também sacrifícios coisa que a classe média (boa pra confeccionar placas Padrão FIFA e nariz de palhaço) nunca esteve disposta a fazer

1 -As multidões de brasileiros que foram às ruas em todas as cidades exigindo saúde e serviços públicos de qualidade para nós é a expressão de ser possível iniciar novos pactos sociais, dentro e fora do setor Saúde, criando efetivas condições para uma mudança nesta correlação de forças, que privilegie o interesse público ante os interesses econômicos.

2 -É preciso que as universidades tenham como missão primeira formar os profissionais de saúde com o perfil necessário para as necessidades da população brasileira, ou seja, o trabalho no SUS. Para isso, é fundamental que o ensino seja totalmente integrado com a Rede de Atenção à Saúde e que sejam rompidos os entraves que apartam os Hospitais Universitários do SUS;0

3 -o principal problema do SUS não é a falta de médicos, na verdade mais um dos sintomas do descaso crônico na implantação do projeto SUS, relegado pelos sucessivos governos pós-constitucional ao destino de ser um sistema de baixa qualidade para atendimento da população pobre.

4 -É preciso reafirmar que o principal problema do SUS é a subordinação do setor da saúde à lógica de mercado que se expande sufocando o direito social previsto na Constituição. Essa lógica de mercado trata a saúde – e a doença – como mercadoria e o crescimento desse mercado como vem ocorrendo no país faz com que a saúde se distancie dos princípios que orientam o SUS enquanto expressão da saúde como um direito de cidadania.

5 -O Brasil vive um boom de crescimento do mercado da saúde e hoje já conta com a presença do grande capital internacional e fundos de investimentos. Esse boom expressa a política concreta que vem sendo praticada de promover e conduzir o setor da saúde ao mercado e se aproveita do resultado da política de inclusão social pautada pela expansão do consumo, tônica da política econômica dos últimos anos.

6 -Essa política de ampliação do consumo associada à omissão, seja por falta de coragem, (do governo acrescento )ou de tendência na correlação de forças que caracteriza os últimos governos federais que não enfrentam os interesses dos complexos econômicos da saúde (indústria farmacêutica, de equipamentos, planos e seguros privados de saúde, prestadores privados de serviços), e seguem promovendo o crônico subfinanciamento do SUS, criando as condições ideais para a expansão do mercado da saúde

7- Com a retirada dos incentivos e renúncias fiscais aos planos e seguros privados de saúde e com o incremento de recursos advindos dos royalties do Pré-Sal e da Taxação de Grandes Fortunas, é perfeitamente possível garantir esse patamar mínimo de investimento na saúde dos brasileiros sem que isso acarrete em desequilíbrio fiscal.

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/cebes-o-sus-precisa-de-mais-medicos-e-muito-mais.html

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