1 -As multidões de brasileiros
que foram às ruas em todas as cidades exigindo saúde e serviços públicos de
qualidade para nós é a expressão de ser possível iniciar novos pactos sociais,
dentro e fora do setor Saúde, criando efetivas condições para uma mudança nesta
correlação de forças, que privilegie o interesse público ante os
interesses econômicos.
2 -É preciso que as
universidades tenham como missão primeira formar os profissionais de saúde com o
perfil necessário para as necessidades da população brasileira, ou seja, o
trabalho no SUS. Para isso, é fundamental que o ensino seja totalmente
integrado com a Rede de Atenção à Saúde e que sejam rompidos os entraves que
apartam os Hospitais Universitários do SUS;0
3 -o principal problema do SUS não
é a falta de médicos, na verdade mais um dos sintomas do descaso crônico na
implantação do projeto SUS, relegado pelos sucessivos governos
pós-constitucional ao destino de ser um sistema de baixa qualidade para
atendimento da população pobre.
4 -É preciso reafirmar que o principal
problema do SUS é a subordinação do setor da saúde à lógica de mercado que
se expande sufocando o direito social previsto na Constituição. Essa lógica de
mercado trata a saúde – e a doença – como mercadoria e o crescimento desse
mercado como vem ocorrendo no país faz com que a saúde se distancie dos
princípios que orientam o SUS enquanto expressão da saúde como um direito de
cidadania.
5 -O Brasil vive um boom de crescimento do mercado da saúde e
hoje já conta com a presença do grande capital internacional e fundos de
investimentos. Esse boom
expressa a política concreta que vem sendo praticada de promover e conduzir o
setor da saúde ao mercado e se aproveita do resultado da política de inclusão
social pautada pela expansão do consumo, tônica da política econômica dos
últimos anos.
6 -Essa política de ampliação do
consumo associada à omissão, seja por falta de coragem, (do governo acrescento
)ou de tendência na correlação de forças que caracteriza os últimos governos
federais que não enfrentam os interesses dos complexos econômicos da saúde
(indústria farmacêutica, de equipamentos, planos e seguros privados de saúde,
prestadores privados de serviços), e seguem promovendo o crônico subfinanciamento
do SUS, criando as condições ideais para a expansão do mercado da saúde
7- Com a retirada dos incentivos e renúncias
fiscais aos planos e seguros privados de saúde e com o incremento de recursos
advindos dos royalties do Pré-Sal e da Taxação de Grandes Fortunas, é perfeitamente
possível garantir esse patamar mínimo de investimento na saúde dos brasileiros
sem que isso acarrete em desequilíbrio fiscal.
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/cebes-o-sus-precisa-de-mais-medicos-e-muito-mais.html
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