quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Globo fechará com Freixo em 2012? Quem há de dizer que não?

A recente polêmica envolvendo o deputado do PSOL Marcelo Freixo, abriu intensa discussão nas redes sociais sobre o fato de a Globo estar ou não “patrocinando” (aspas) sua campanha para a prefeitura do Rio em 2012. Acho que vale a pena um rápido esforço de reportagem para entender melhor essa questão.
Nas eleições municipais de 2008 a Globo fez oposição ferrenha, implacável a Eduardo Paes. Na ocasião, a mesma deu um apoio a Fernando Gabeira como poucas vezes se viu numa eleição. Uma campanha estrondosa, pra cima e pra baixo com o candidato do PV, que recebia todo floreamento possível, o que levou centenas de pessoas as ruas de verde para abraçar as árvores da Lagoa, dar as mãos na orla de Ipanema, entre outras coisas do gênero.

Não deu certo. Eduardo Paes ganhou a eleição com o apoio do governador Sérgio Cabral e do PT.

O tempo foi passando e bastou o conservadorismo neoliberalizante da afiada dupla Cabral -Paes começar a "sair pelo ladrão" que a Globo rapidamente chegou junto, transformou a dupla em trio e hoje é mais fácil os filhos de Francisco irem cantar cada um na sua freguesia do que os “novos amigos” se separarem.

Muitos tem se perguntado com toda razão: Por que a Globo então apoiaria Freixo se caminhando ao lado de Cabral e Paes vai muito bem obrigado? A resposta está longe de ser precisa, mas como pro bom entendedor um plin-plin vira filme, quando o assunto envolve as Organizações Globo, é justamente no confronto da conjuntura com a imprevisibilidade que é possível arriscá-la – não esqueçamos que o coração dos Marinho tem razões que a própria razão desconhece.

Falando de forma objetiva, creio que seja prudente observar o seguinte movimento: A mesma turma - sociedade civil, intectuais, políticos, artistas, ongs – que em 2008 construiu o arco em torno da candidatura Gabeira (na sequência encampada pela Globo), agora está se juntando lentamente em torno de Marcelo Freixo. Inclusive, o apoio do próprio Gabeira é uma possibilidade, principalmente agora que bateu asas do PV.

Freixo tem mais consistência política do que o ex-verde e torço para que se mantenha firme em seus propósitos, mas não se pode deixar de olhar esse processo que já se inicia de "envelopamento global", tal qual se deu com o candidato do PV nas últimas eleições para prefeito. E se vale como lição, nunca é demais lembrar que este, de tão diferente, mas tão diferente que ficou acabou sendo curiosamente chamado na eleição seguinte de Ex-Gabeira.

2 comentários:

  1. Adilson, sua análise é interessante. Vejo, contudo, diferenças claras entre as candidaturas de Gabeira em 2008 e a atual de Freixo. FG e seu PV funcionaram em 2008 e 2010 como "filtros" para a coligação demotucana, cujo único quadro relevante no RJ, Cesar Maia, estava naturalmente fora da disputa e politicamente muito desgastado. Como o PV não possui estrutura, é certo que teriam que governar com a turma do Cesar Maia (Alfredo Sirkis foi por vários anos secretário deste), logo teríamos mais do mesmo. Não vejo o PSOL se prestando a esse papel e creio que esta é a grande fragilidade da candidatura de Freixo: é mais fácil ele vencer do que fazer uma bancada capaz de dar-lhe sustentação para governar.

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  2. Tem razão, não tinha visto por esse lado..O PV carioca, nessas eleições, virou a banda larga por onde passavam as ideias demo-tucanas.
    abs

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