O ano que está indo embora entra para história como o pior ano para RA. Isso deveria ser uma vergonha para um governo progressista. Já se vai uma década e ainda estamos aqui exigindo uma bandeira do século retrasado. A trégua tem que acabar. Chegou a hora do movimento social pressionar o governo, retomando a agenda das grandes ocupações.
http://www.mst.org.br/node/15579
domingo, 22 de dezembro de 2013
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
Leonardo Boff e o mal que Joaquim Barbosa está fazendo ao país
"Com o Ministro Barbosa a Justiça ficou sem as vendas porque não foi imparcial, aboliu a balança porque ele não foi equilibrado. Só usou a espada para punir mesmo contra os princípios do direito. Não honra seu cargo e apequena a mais alta instância jurídica da Nação."
Tradicionalmente a Justiça é representada por uma estátua que tem os olhos vendados para simbolizar a imparcialidade e a objetividade; a balança, a ponderação e a equidade; e a espada, a força e a coerção para impor o veredito.
Ao analisarmos o longo processo da Ação Penal 470 que julgou os envolvidos na dita compra de votos para os projetos do governo do PT, dentro de uma montada espetacularização mediática, notáveis juristas, de várias tendências, criticaram a falta de isenção e o caráter político do julgamento.
Não vamos entrar no mérito da Ação Penal 470 que acusou 40 pessoas. Admitamos que houve crimes, sujeitos às penas da lei. Mas todo processo judicial deve respeitar as duas regras básicas do direito: a pressunção da inocência e, em caso de dúdiva, esta deve favorecer o réu.
Em outras palavras, ninguém pode ser condenado senão mediante provas materiais consistentes; não pode ser por indícios e ilações. Se persistir a dúvida, o réu é beneficiado para evitar condenações injustas. A Justiça como instituição, desde tempos imemoriais, foi estatuída extamente para evitar que o justiciamento fosse feito pelas próprias mãos e inocentes fossem injustamente condenados mas sempre no respeito a estes dois princípios fundantes.
Parece não ter prevalecido, em alguns Ministros de nossa Corte Suprema esta norma básica do Direito Universal. Não sou eu quem o diz mas notáveis juristas de várias procedências. Valho-me de dois de notório saber e pela alta respectabilidade que granjearam entre seus pares. Deixo de citar as críticas do notável jurista Tarso Genro por ser do PT.
O primeiro é Ives Gandra Martins, 88 anos, jurista, autor de dezenas de livros, Professor da Mackenzie, do Estado Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra. Politicamente se situa no pólo oposto ao PT sem sacrificar em nada seu espírito de isenção. No da 22 de setembro de 2012 na FSP numa entrevista à Mônica Bérgamo disse claramente com referência à condenação de José Direceu por formação de quadrilha: todo o processo lido por mim não contem nenhuma prova. A condenação se fez por indícios e deduções com a utilização de uma categoria jurídica questionável, utilizada no tempo do nazismo, a “teoria do domínio do fato.” José Dirceu, pela função que exercia “deveria saber”. Dispensando as provas materiais e negando o princípio da presunção de inocência e do “in dubio pro reo”, foi enquadrado na tal teoria. Claus Roxin, jurista alemão que se aprofundou nesta teoria, em entrevista à FSP de 11/11/2012 alertou para o erro de o STF te-la aplicado sem amparo em provas. De forma displicente, a Ministra Rosa Weber disse em seu voto:”Não tenho prova cabal contra Dirceu – mas vou condená-lo porque a literatura jurídica me permite”. Qual literatura jurídica? A dos nazistas ou do notável jurista do nazismo Carl Schmitt? Pode uma juiza do Supremo Tribunal Federal se permitir tal leviandade ético-jurídica?
Gandra é contundente:”Se eu tiver a prova material do crime, não preciso da teoria do domínio do fato para condenar". Essa prova foi desprezada. Os juízes ficaram nos indícios e nas deduções. Adverte para a “monumental insegurança jurídica” que pode a partir de agora vigorar. Se algum subalterno de um diretor cometer um crime qualquer e acusar o diretor, a este se aplica a “teoria do domínio do fato” porque “deveria saber”. Basta esta acusação para condená-lo.
Outro notável é o jurista Antônio Bandeira de Mello, 77, professor da PUC-SP na mesma FSP do dia 22/11/2013. Assevera:”Esse julgamento foi viciado do começo ao fim. As condenações foram políticas. Foram feitas porque a mídia determinou. Na verdade, o Supremo funcionou como a longa manus da mídia. Foi um ponto fora da curva”.
Escandalosa e autocrática, sem consultar seus pares, foi a determinação do Ministro Joaquim Barbosa. Em princípio, os condenados deveriam cumprir a pena o mais próximo possível das residências deles. “Se eu fosse do PT” – diz Bandeira de Mello – “ou da família pediria que o presidente do Supremo fosse processado. Ele parece mais partidário do que um homem isento”. Escolheu o dia 15 de novembro, feriado nacional, para transportar para Brasília, de forma aparatosa num avião militar, os presos, acorrentados e proibidos de se comunicar. José Genuino, doente e desaconselhado de voar, podia correr risco de morte. Colocou a todos em prisão fechada mesmo aqueles que estariam em prisão semi-aberta. Ilegalmente prendeu-os antes de concluir o processo com a análise dos “embargos infringentes”.
O animus condemnandi (a vontade de condenar) e de atingir letalmente o PT é inegável nas atitudes açodadas e irritadiças do Ministro Barbosa. E nós tivemos ainda que defendê-lo contra tantos preconceitos que de muitas partes ouvimos pelo fato de sua ascendência afrobrasileira. Contra isso afirmo sempre:“somos todos africanos”porque foi lá que irrompemos como espécie humana. Mas não endossamos as arbitrariedades deste Ministro culto mas raivoso. Com o Ministro Barbosa a Justiça ficou sem as vendas porque não foi imparcial, aboliu a balança porque ele não foi equilibrado. Só usou a espada para punir mesmo contra os princípios do direito. Não honra seu cargo e apequena a mais alta instância jurídica da Nação.
Ele, como diz São Paulo aos Romanos:”aprisionou a verdade na injustiça”(1,18). A frase completa do Apóstolo, considero-a dura demais para ser aplicada ao Ministro.
Leonardo Boff foi professor de Etica na UERJ e escreveu Etica e Moral: em busca dos fundamentos, Vozes 2003
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
Rio: Os efeitos da exploração destrutiva do capital já começam a aparecer no dia a dia.
Já estamos todos sentindo na pele os reflexos da política destrutiva de modelo cidade-empresa, implementada no Rio pelo grupo de Eduardo Paes, em que a lógica é a do lucro a qualquer custo - seja para os megaeventos e suas desapropriações desumanas, seja do comércio em geral, onde a ideia é arrancar o couro do freguês, ou uma simples entrada para um jogo de futebol onde um pai de família trabalhador não pode mais levar o seu filho.
O Rio agora é um lugar para poucos e o perfil pra se viver aqui está parecendo ser o dos espertos e endinheirados. Está virando a cidade do "pagou-levou", e cidadania por aqui está sendo trocada pela mentalidade estúpida do "já que paguei caro, posso fazer o que quiser"
E aí, é o salve-se quem puder, a intolerância vai aos poucos substituindo a velha e boa camaradagem do carioca. A falta de educação está beirando o insuportável, podem reparar, as pessoas se engalfinham por qualquer motivo, no trânsito ou nas calçadas, parece que a população incorporou a máxima dos poderosos e da elite predatória e vai pro espaço público levando toda a sua vontade de se dar bem.
O que poderia ajudar a inverter isso, é a Educação, o lugar onde formamos nossos cidadãos. Mas posso assegurar aqui que a coisa tá difícil. Entrar num escola pública e ver por todos os lados, cartazes afixados incentivando os jovens a empreender e observar as metas, que mais parecem peças publicitárias de liquidação de shopping center, realmente não é muito animador...
Mas apesar de tudo eu acredito na mudança. A força que eles estão fazendo para destruir a vida social dessa cidade, para transformar cidadãos em consumidores egoístas, espertos, e intolerantes uns com os outros, é grande, tem sido eficaz, mas ainda assim eu acredito que pode ser revertida. Um outro Rio é possível, com mais amizade, mais descontração, menos competição e mais solidariedade.
O Rio agora é um lugar para poucos e o perfil pra se viver aqui está parecendo ser o dos espertos e endinheirados. Está virando a cidade do "pagou-levou", e cidadania por aqui está sendo trocada pela mentalidade estúpida do "já que paguei caro, posso fazer o que quiser"
E aí, é o salve-se quem puder, a intolerância vai aos poucos substituindo a velha e boa camaradagem do carioca. A falta de educação está beirando o insuportável, podem reparar, as pessoas se engalfinham por qualquer motivo, no trânsito ou nas calçadas, parece que a população incorporou a máxima dos poderosos e da elite predatória e vai pro espaço público levando toda a sua vontade de se dar bem.
O que poderia ajudar a inverter isso, é a Educação, o lugar onde formamos nossos cidadãos. Mas posso assegurar aqui que a coisa tá difícil. Entrar num escola pública e ver por todos os lados, cartazes afixados incentivando os jovens a empreender e observar as metas, que mais parecem peças publicitárias de liquidação de shopping center, realmente não é muito animador...
Mas apesar de tudo eu acredito na mudança. A força que eles estão fazendo para destruir a vida social dessa cidade, para transformar cidadãos em consumidores egoístas, espertos, e intolerantes uns com os outros, é grande, tem sido eficaz, mas ainda assim eu acredito que pode ser revertida. Um outro Rio é possível, com mais amizade, mais descontração, menos competição e mais solidariedade.
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
terça-feira, 26 de novembro de 2013
A simplicidade arrebatadora de Terra Firme
Belíssimo, comovente, abrangente e inesquecível!
"Terra Firme é um filme fortíssimo! O tema é muito delicado. As diásporas e movimentos migratórios são fenômenos que acompanham a história da humanidade. Porém, um bastante recente, a globalização, em vez de solucioná-los só piorou a situação. Se aliarmos as diferenças regionais com a crise que se instalou, especialmente na Europa, desde 2008, temos uma receita explosiva. Especialmente para a Itália, que com suas inúmeras ilhas, está mais próxima do continente africano, destino preferencial dos migrantes expulsos de seus lares por incontáveis e intermináveis guerras civis, fome e total penúria socioeconômica. Só que estas ilhas também estão com um panorama tão débil e decadente quanto, guardadas as devidas proporções. E o filme mostra estes axiomas de forma única. E aí são incluídos outros temas tão relevantes quanto o caos climático, a destruição do meio-ambiente, o impacto do turismo nos microcosmos sociais dessas frágeis populações autóctones. Um filme de cenas muito fortes, diálogos igualmente comoventes e planos que focam em close os olhares dos atores que falam e dizem mais que o melhor dos textos. Lindíssimo, termina com a surpresa da volta à cena da belíssima canção francesa Le Vent Nous Portera, que também compõe a trilha de Os Belos Dias. E uma cena, na qual a imigrante etíope conta em um italiano lacônico sua epopeia é de tirar o fôlego e outra na qual nada é dito, mas de forma emblemática une as realidades europeia e africana no mesmo drama no abraço e lágrimas de duas fantásticas atrizes. Filmaço, absolutamente imperdível!" (M.F)
"Terra Firme é um filme fortíssimo! O tema é muito delicado. As diásporas e movimentos migratórios são fenômenos que acompanham a história da humanidade. Porém, um bastante recente, a globalização, em vez de solucioná-los só piorou a situação. Se aliarmos as diferenças regionais com a crise que se instalou, especialmente na Europa, desde 2008, temos uma receita explosiva. Especialmente para a Itália, que com suas inúmeras ilhas, está mais próxima do continente africano, destino preferencial dos migrantes expulsos de seus lares por incontáveis e intermináveis guerras civis, fome e total penúria socioeconômica. Só que estas ilhas também estão com um panorama tão débil e decadente quanto, guardadas as devidas proporções. E o filme mostra estes axiomas de forma única. E aí são incluídos outros temas tão relevantes quanto o caos climático, a destruição do meio-ambiente, o impacto do turismo nos microcosmos sociais dessas frágeis populações autóctones. Um filme de cenas muito fortes, diálogos igualmente comoventes e planos que focam em close os olhares dos atores que falam e dizem mais que o melhor dos textos. Lindíssimo, termina com a surpresa da volta à cena da belíssima canção francesa Le Vent Nous Portera, que também compõe a trilha de Os Belos Dias. E uma cena, na qual a imigrante etíope conta em um italiano lacônico sua epopeia é de tirar o fôlego e outra na qual nada é dito, mas de forma emblemática une as realidades europeia e africana no mesmo drama no abraço e lágrimas de duas fantásticas atrizes. Filmaço, absolutamente imperdível!" (M.F)
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
Os braços cruzados que entrarão para a história
Parabéns aos nossos bravos atletas!
http://blogdojuca.uol.com.br/2013/11/imagens-para-mudar-para-melhor-o-futebol-do-brasil/
http://blogdojuca.uol.com.br/2013/11/imagens-para-mudar-para-melhor-o-futebol-do-brasil/
Terra Firme
Semplicemente incantevole!
Resquícios de coletividade num mundo regido
pela lógica do indivíduo. Uma obra prima!
domingo, 24 de novembro de 2013
Eduardo Galeano e as quatro questões sobre a crise ambiental
Chico
Mendes, trabalhador da borracha, tombou assassinado em fins de 1988, na
Amazônia brasileira, por acreditar no que acreditava: que a militância
ecológica não pode divorciar-se da luta social. Chico acreditava que a floresta
amazônica não será salva enquanto não se fizer uma reforma agrária no Brasil.
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
Tempos obscuros nas redes sociais reflete na baixa qualidade do Congresso, que só age por ondas, como fez na Pec 37.
“Um representante da Fiocruz alerta que, a partir da próxima semana, o instituto poderá
paralisar todos seus estudos em vacina, devido a um projeto que caminha célere
na Câmara, proibindo testes em animais.”
O
advento das redes sociais, o espaço aberto para as minorias, tornaram-se moedas
de duas faces. Há uma face legítima, de consolidação dos direitos de minorias.
E uma face complexa, do avanço do obscurantismo em várias direções.
Um
representante da Fiocruz alerta que, a partir da próxima semana, o instituto
poderá paralisar todos seus estudos em vacina, devido a um projeto que caminha
célere na Câmara, proibindo testes em animais.
Foram
dez anos de estudos intensos que resultaram na lei Sérgio Arouca, para
disciplinar testes em
animais. É considerada das leis mais avançadas do mundo. Bastou um grupo de celerados invadindo um laboratório, o espaço aberto pela Rede Globo, para o Congresso avançar em um projeto que pode comprometer a vida dos brasileiros.
animais. É considerada das leis mais avançadas do mundo. Bastou um grupo de celerados invadindo um laboratório, o espaço aberto pela Rede Globo, para o Congresso avançar em um projeto que pode comprometer a vida dos brasileiros.
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
PT finalmente se manifesta em defesa do projeto de governo que mudou a cara do Brasil.
Antes de destacar os pontos principais desse documento
histórico, queria fazer umas considerações. É inegável e salta aos olhos de
qualquer cidadão com o mínimo de capacidade analítica e sensibilidade social, o
que aconteceu no nosso país nos últimos 10 anos. O Brasil cresceu, distribuiu
renda, aumentou o poder do salário mínimo, gerou milhares de empregos e saiu - com políticas econômicas e sociais
acertadas - do abismo inexorável para o qual estava caminhando nos anos de recessão e desemprego que o neoliberalismo do governo anterior estava
nos levando. Quanto a isso já escrevi diversos posts nesse espaço.
A partir de 2002, vivemos num novo Brasil. Um país mais
justo, com milhares de pessoas sendo incorporadas a vida social minimamente
digna, com crianças deixando de morrer de fome, com uma economia mais sólida,
aliançados com nossos vizinhos da AL e respeitados lá fora; isso é um fato,
reconhecido hoje até pela mídia oposicionista.
Mas, por outro lado, não posso deixar de perceber que o
lulismo, cuja lógica maior se deu através da intervenção radical na mudança de
rumo da máquina governamental, está prestes a se esgotar. A contribuição do
Partido dos Trabalhadores para o destino
do nosso país, relegado por quase 500 anos a sorte de uma elite predatória, que
sempre governou apenas para si própria,
foi dada e estará marcada indelevelmente nos livros de história.
Mas creio que é chegada a hora de um novo passo, uma nova
lógica de governança, um novo horizonte precisa se abrir para além da inclusão
social e, paralelamente a isso, uma nova forma de fazer política urge em nosso
país.
O episódio do chamado "mensalão" fecha um ciclo, que ao meu ver, deve ser
aproveitado pelo partido para fazer uma profunda revisão e , acima de tudo, uma
autocrítica com relação aos caminhos, antes inevitáveis , que teve que trilhar.
E por que eu digo “antes”? Porque, naquele momento, não havia alternativa ao PT
recém chegado ao poder que não o de se aliançar as velhas raposas do cenário
político nacional, e jogar o único jogo
a ser jogado dentro desse sistema podre que virou o presidencialismo de
coalizão brasileiro.
Era aquilo que se dispunha pela frente pelas vias democráticas
possíveis, ou então dar uma banana para os velhos coronéis e os demais
gangsters do nosso cenário político, governar com as bases e o povo, como fez
Chávez na Venezuela. Mas aí eu convido você a uma reflexão honesta agora: Se
governando com Sarneys, Renans e Jeffersons da vida, sem incomodar os
banqueiros e sem mexer na estrutura fundiária desse país, já se causou um
alvoroço desses na “Casa-grande”, imagine se o PT resolve chegar lá e ser o
velho PT de sempre, radical, isolado e amarrado na bandeira vermelha terror dos generais e da
direita desse país?
A resposta é essa mesma que você está pensando: Não
completaria nem um ano no poder. Seria defenestrado pela elite nacional com
toda a força e por todos os meios de que sempre dispuseram: Na mídia, nas
instituições jurídicas e, quando necessário, até nos quartéis. É isso mesmo, a nossas elite é tão
egoísta, o nosso país é tão desigual e de mentalidade ainda escravocrata que o
pensamento dos eternos donos do poder, que não suportam sequer dividir os
“seus” aeroportos, é o mesmo revelado certa feita pelo senador do DEM, Jorge
Bonhausen que disse em tribuna que o "Brasil tinha mais é que se livrar dessa
raça pelos próximos 20 anos."
Bom, mas voltando ao que dizia, acredito firmemente que o
momento agora é outro. O PT já está no poder há uma década, com ampla aprovação
popular e caminhando para sua quarta vitória nas urnas! Nesse tempo, logrou um capital político
suficiente para começar a se livrar, pelo menos aos poucos, de certas figuras
indesejáveis. Hoje, gente da estirpe de um corrupto rasteiro como Roberto
Jefferson, não pode mais ditar as cartas nesse jogo de barganha obsceno dos
subterrâneos da política. Vejam agora o enorme prejuízo que foi ter
aceitado participar de um esquema nacional para pagar caixa 2 a essa gente. E
pouco importa se é uma praxe do nosso sistema, pouco importa se isso é feito
até no PSOL do puríssimo Chico. A diferença é que a sobra de campanha lá vai
pra alimentar a “ralé” e não para uma raposa de altíssima periculosidade como o
ex-presidente do PTB. Dar dinheiro pras galinhas e ser descoberto, é só ir
mandar elas cacarejarem noutro
galinheiro, mas pra raposa não, a raposa, cai atirando, e aí deu no que estamos
vendo hoje.
E tudo que a nossa mídia queria era uma história mirabolante
como essa, não importa que tenha vindo da boca de um mitômano incurável dos tempos do "Povo na Tv",
envolvido em escândalos e mais escândalos de corrupção, o que importava era
“tirar a raça de lá a qualquer custo”, mobilizando a opinião pública diuturnamente e
interferindo até no ego e na suprema vaidade de déspotas togados.
O partido agora tem a obrigação de fazer uma profunda
revisão para iniciar um novo ciclo na sua trajetória de poder. O lulismo, ao
meu ver, conforme diagnosticado pelo André Singer, está saturado. O Brasil
precisa de mais. Precisa caminhar sobre outras bases. Estamos prestes a erradicar a miséria
extrema, os programas de transferência de renda ainda precisam fazer a roda
girar, mas não é só o nosso sistema político que precisa ser reformado, o nosso
quadro social começa a apresentar preocupantes sinais de esgotamento. A
inclusão de brasileiros no mercado, o acesso a cidadania via consumo, foi
extremamente necessário, mas já começa a cobrar seu preço.
É preciso investir em Educação urgente, aliás é preciso uma
revolução educacional nesse país para que lá na frente não lamentemos uma crise
de valores tamanha que pode comprometer não só a vida nas cidades e no campo,
mas o meio ambiente, as famílias e todo nosso organismo social. O brasil
precisa dar um salto civilizatório, sob pena de deixarmos milhares de
brasileiros a mercê dos parâmetros fúteis e vazios de uma elite ignorante, consumista e preconceituosa.
E enquanto a mídia empresarial e a direita partidária sabotam a Reforma Política para continuarem lucrando com a corrupção e fazendo a classe média acreditar no seu discurso moralista-udenista, é possível sim fazer diferente,
deixando aquelas velhas práticas para trás e inaugurando um novo momento. Sair
do lado dos caciques do PMDB e, de mãos dadas com o povo que sempre esteve junto
em todas as horas, buscar apoio na imensa população trabalhadora desse país,
que acredita nesse projeto e sente a melhora da vida na pele, caminhar com
o povo do campo promovendo a Reforma Agrária e chamando os movimentos sociais
para o centro da agenda política. É assim que tem que governar um partido da envergadura do PT, a hora é agora !
A direita brasileira jamais perdoará a chegada de intrusos
no poder, jamais. Que esse episódio, com
a prisão de dois líderes gigantescos da esquerda, José Dirceu e José Genuíno, dois homens que contribuíram decisivamente para que hoje vivamos numa democracia, sirva de lição para o futuro.
Um Brasil ainda melhor está surgindo. Eu acredito!
terça-feira, 19 de novembro de 2013
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
Por Adilson Filho
Confesso que cortei um dobrado para conseguir formar opinião a respeito dessa polêmica cabeluda apelidada na mídia de "Batalha das biografias". Procurei ler, me inteirar sobre o assunto por onde pude, mas não foi nada fácil. Acho que é um dos assuntos mais difíceis que me lembro, de tomar uma posição. O embate entre liberdade de expressão, o grande pilar da democracia desde a Revolução Francesa, e a preservação da vida privada, a garantia que o indivíduo tem da ditadura coletivista quando esta invade a sua última reserva de proteção da identidade, é briga de cachorro grande, difícil de se posicionar de imediato.
Minha
inclinação inicial era a de que se proibisse terminantemente biografias não
autorizadas. Acho que a vida pessoal, de quem quer que seja, deve ser
absolutamente sagrada. Mas, refletindo mais sobre o assunto, fui mudando aos
poucos meu pensamento.
Continuo
a favor da proibição, mas creio que para essa ser efetiva e universal deve vir
também acompanhada de outras medidas contra os abusos que podem causar estragos
não só na imagem e na honra, mas na integridade física, financeira e até
psicológica das pessoas.
Quem
não se lembra do caso da Escola Base em que os donos foram linchados na mídia,
acusados de pedofilia, e no final de todo aquele escarcéu, julgados inocentes
de tudo o que lhes imputaram. Suas vidas estão arruinadas até hoje.
E
no caso do livro de Monteiro Lobato, Reinações de Narizinho, onde a mídia e
muitos formadores de opinião foram a favor de que o MEC não fizesse sequer uma
nota de referência a trechos de racismo explícito. Os danos que isso pode
causar numa criança negra, ainda em formação de sua identidade, podem ser
indeléveis, muitos alegaram.
E
o que dizer do humor politicamente incorreto, onde piadas homofóbicas, outras
envolvendo estupro, nazismo e tudo de mais abjeto "passam batidas",
não se respeitando o direito das mulheres, judeus e demais minorias?
E
os textos e artigos falsos que circulam aos montes por aí na internet e quem
ninguém mais sabe quem escreveu nesse "quem é quem alucinado" que se
tornou a rede.
E
as falsas informações, os boatos, as montagens, as notícias inventadas no
facebook. Dia desses saiu uma lista das 10 maiores enganações que as pessoas
caíram como um pato compartilhando, se envolvendo e até se mobilizando para
ajudar. De gente "morta" que ainda está viva, a lei que nunca
existiu, bêbado famoso que jamais tomou nada além de refrigerante, etc.
Enfim,
pensando de forma mais abrangente, sou a favor sim de que vida privada seja
preservada, mas que isso venha ensejado numa garantia total ao direito a vida
da pessoa humana em toda a sua plenitude.
Aí
que entra a questão (por isso é um caso complexo e exige de nós uma reflexão
bastante cuidadosa). Vivemos numa sociedade aberta, jamais, na história da
humanidade se experimentou tanta liberdade como nos dias atuais. Somos todos
públicos e essas fronteiras (com o privado), principalmente depois do advento
das redes sociais, estão cada vez mais se diluindo.
Não
vejo isso com tanto otimismo como algumas pessoas, muito pelo contrário, sou
bastante temerário desse excesso de invasão e evasão da vida privada. Acho uma
coisa pesada (espiritualmente falando) a profusão de flashes, paparazzis de si
mesmos nesse gigantesco mercado das notícias privadas, onde cada um de nós, de
alguma forma, se expõe para o mundo e espia o mundo dos outros. Como disse de
forma brilhante o filósofo Zygmunt Ballman, analisando o fetichismo da
mercadoria em Marx, nós nos transformamos hoje na própria mercadoria,
empacotada, embalada para o consumo alheio.
Faço
essa ponderação para mostrar que, pensando melhor, começo a perceber que a
minha vontade dentro dessa estória, não passa de uma utopia na sociedade
moderna . É impossível dar conta hoje de tanta usurpação da liberdade, falta de
bom senso, mentiras, leviandades, blasfêmias, agressões de imagem etc. O tecido
social está esgarçado a tal ponto que já não conseguimos mas sequer perceber as
evasões e as invasões nesse caldeirão alucinado de vozes, falas e imagens que
consumimos e somos consumidos no "mundo da representatividade" que
escolhemos viver como grupo social. Nossa sociedade escolheu, através das
ferramentas que dispõe, viver no mundo da ilusão. Realizar trocas não pelo
coração e pela intuição, mas pela imagem que as pessoas vendem de si mesmo no
mercado das ilusões.
Sendo
assim, concluo dizendo que, na minha visão romântica, permaneço contra a
biografias não autorizadas, mas na minha visão realista, pé no chão, acho
que elas devem ser liberadas, simplesmente por ser impossível dar conta de tudo
que (justa e compreensivelmente, ressalte-se) teria que vir a
reboque.
Acho
que faz parte do processo civilizatório a humanidade de tempos em tempos ir
parando para refletir e avaliar a possibilidade de novas formas de convívio
mais adequadas a seu tempo histórico. Quem sabe talvez não estejamos precisando
mesmo ser provocados (no bom sentido) a nos tornar sujeitos mais críticos e
reflexivos? Sujeitos que não acreditem em tudo aquilo que se publica e se fala
por aí nessa avalanche informacional que se tornou o nosso mundo. Sujeitos que
desenvolvam melhor sentidos como o olfato, o tato e a visão, que possam sentir
melhor o cheiro das pessoas, olhar nos seus olhos, tocar no seu coração.
Estamos todos quase que enfeitiçados pela ditadura da visão, onde os excesso de
flashes coloridos sobre o outro e sobre nós mesmos, de uma certa forma nos
limita e nos sabota enquanto seres sociais plenos que somos.
O
filósofo Leandro Konder dizia a pouco tempo atrás que a sociedade moderna
estava se caracterizando "pela atrofia da capacidade de duvidar". Ele
disse isso numa era pré-redes sociais. Se de fato ele tinha razão há 15 anos, e
acredito piamente que tinha, e se isso foi recrudescendo, vocês conseguem notar
a enorme distância, o gigantesco fosso que se formou entre o sujeito e o
conhecimento? Num mundo fantasioso das mil versões e verdades, onde a produção
de discursos e efeitos imagéticos foi democratizada de forma veloz nas
redes sociais, a capacidade crítica das pessoas não pode de jeito nenhum
caminhar na direção oposta. Mais do que um contrassenso, seria desperdiçar uma
oportunidade histórica para crescermos e evoluirmos de forma saudável do ponto
de vista do conhecimento compartilhado.
Assim,
agora ainda mais convicto da minha opinião, penso mesmo que deve-se mesmo
liberar as biografias e tudo o mais, protegendo apenas as crianças e o que
possa estar de alguma forma relacionado a chaga da escravidão que, a meu ver,
deveria ser encarada aqui no Brasil como o Nazismo na Alemanha.
Acho
que, não tem mais jeito, a sociedade terá mais hora menos hora que se adaptar a
essa nova realidade que é inexorável. Todos falamos o que quisermos em todos os
canais e fóruns de que dispomos. Mídia oficial, biógrafos, escritores,
blogueiros, cidadãos comuns sem seus facebooks e twitters, somos todos públicos
e produzimos visões e versões sem nenhuma restrição ou filtro. Duvidar do que
se ouve, ir checar, correr atrás das informações, conhecer melhor o ser humano
por trás daquela pessoa que aprendeu "a jogar o jogo" e se produziu
para consumo virtual, pode ser um grande passo civilizatório no país das
adesões imediatas, com uma população de baixo grau de criticidade, das mais
manipuláveis do mundo.
Os
nascidos nessa nova sociedade, aprenderão a lidar com isso. Nas salas de aula
os alunos serão orientados por seus mestres a duvidar de tudo, a questionar as
fontes ir atrás do conhecimento, saber quem são as pessoas, senti-las mais de
perto, na conversa de banco de praça, método antigo, mas que nem toda
tecnologia que chegamos conseguiu inventar melhor. Saberão que tudo o que se
diz, se escreve e se posta deve ser criticado. Uma nova educação surgirá, mais
democrática e de qualidade. E aos mais antigos, como eu, que se incomodarem com
versões fantasiosas que porventura possam ferir a sua honra, fica a sugestão
daquele velho e famoso grego das palavras sábias. Quando questionado pelos seus
discípulos se não iria reagir as pessoas que estavam o difamando pela cidade,
Sócrates apenas disse: "Não farei nada, pois o que elas proferem não diz
respeito a mim"
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
É nesses momentos que conhecemos um grande homem. Força guerreiro!
CARTA ABERTA AO POVO BRASILEIRO
O julgamento da AP 470 caminha para o fim como começou: inovando – e violando – garantias individuais asseguradas pela Constituição e pela Convenção Americana dos Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário.A Suprema Corte do meu país mandou fatiar o cumprimento das penas. O julgamento começou sob o signo da exceção e assim permanece. No início, não desmembraram o processo para a primeira instância, violando o direito ao duplo grau de jurisdição, garantia expressa no artigo 8 do Pacto de San Jose. Ficamos nós, os réus, com um suposto foro privilegiado, direito que eu não tinha, o que fez do caso um julgamento de exceção e político.
Como sempre, vou cumprir o que manda a Constituição e a lei, mas não sem protestar e denunciar o caráter injusto da condenação que recebi. A pior das injustiças é aquela cometida pela própria Justiça.
É público e consta dos autos que fui condenado sem provas. Sou inocente e fui apenado a 10 anos e 10 meses por corrupção ativa e formação de quadrilha – contra a qual ainda cabe recurso – com base na teoria do domínio do fato, aplicada erroneamente pelo STF.
Fui condenado sem ato de oficio ou provas, num julgamento transmitido dia e noite pela TV, sob pressão da grande imprensa, que durante esses oito anos me submeteu a um pré-julgamento e linchamento.
Ignoraram-se provas categóricas de que não houve qualquer desvio de dinheiro público. Provas que ratificavam que os pagamentos realizados pela Visanet, via Banco do Brasil, tiveram a devida contrapartida em serviços prestados por agência de publicidade contratada.
Chancelou-se a acusação de que votos foram comprados em votações parlamentares sem quaisquer evidências concretas, estabelecendo essa interpretação para atos que guardam relação apenas com o pagamento de despesas ou acordos eleitorais.
Chancelou-se a acusação de que votos foram comprados em votações parlamentares sem quaisquer evidências concretas, estabelecendo essa interpretação para atos que guardam relação apenas com o pagamento de despesas ou acordos eleitorais.
Durante o julgamento inédito que paralisou a Suprema Corte por mais de um ano, a cobertura da imprensa foi estimulada e estimulou votos e condenações, acobertou violações dos direitos e garantais individuais, do direito de defesa e das prerrogativas dos advogados – violadas mais uma vez na sessão de quarta-feira, quando lhes foi negado o contraditório ao pedido da Procuradoria-Geral da República.
Não me condenaram pelos meus atos nos quase 50 anos de vida política dedicada integralmente ao Brasil, à democracia e ao povo brasileiro. Nunca fui sequer investigado em minha vida pública, como deputado, como militante social e dirigente político, como profissional e cidadão, como ministro de Estado do governo Lula. Minha condenação foi e é uma tentativa de julgar nossa luta e nossa história, da esquerda e do PT, nossos governos e nosso projeto político.
Esta é a segunda vez em minha vida que pagarei com a prisão por cumprir meu papel no combate por uma sociedade mais justa e fraterna. Fui preso político durante a ditadura militar. Serei preso político de uma democracia sob pressão das elites.
Mesmo nas piores circunstâncias, minha geração sempre demonstrou que não se verga e não se quebra. Peço aos amigos e companheiros que mantenham a serenidade e a firmeza. O povo brasileiro segue apoiando as mudanças iniciadas pelo presidente Lula e incrementadas pela presidente Dilma.
Ainda que preso, permanecerei lutando para provar minha inocência e anular esta sentença espúria, através da revisão criminal e do apelo às cortes internacionais. Não importa que me tenham roubado a liberdade: continuarei a defender por todos os meios ao meu alcance as grandes causas da nossa gente, ao lado do povo brasileiro, combatendo por sua emancipação e soberania. (Zé Dirceu)
Ainda que preso, permanecerei lutando para provar minha inocência e anular esta sentença espúria, através da revisão criminal e do apelo às cortes internacionais. Não importa que me tenham roubado a liberdade: continuarei a defender por todos os meios ao meu alcance as grandes causas da nossa gente, ao lado do povo brasileiro, combatendo por sua emancipação e soberania. (Zé Dirceu)
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
O melhor texto que li nos últimos tempos
Tudo
que eu tenho tentado dizer há anos aqui nesse espaço, de forma desconexa e as vezes até
caótica, o autor explica com brilhantismo e, no final, ainda me faz mudar um pouco meu ponto de vista.
Esse excelente artigo, de forma absolutamente genial, usa a falácia
da Meritocracia para entender a classe média brasileira .O que estaria por trás do ethos meritocrático da nossa
classe média? O que há de errado com a
meritocracia, como pode ela tornar alguém reacionário? Ou melhor, tornar uma
classe social inteira reacionária, como aconteceu aqui no Brasil nos últimos anos?
Esse artigo mostra detalhadamente porque a meritocracia é um
fundamento perverso de organização social que a classe média brasileira comprou
sem pestanejar e agora já colhe os fruto indigesto de se olhar no espelho e ver aquele
vizinho reacionário que tanto rejeitava.
Abaixo, apenas algumas partes, mas esse texto, quase obrigatório, deve ser lido na íntegra.
A
primeira vez que ouvi a Marilena Chauí bradar contra a classe média, chamá-la
de fascista, violenta e ignorante, (uma aberração) tive a reação que
provavelmente a maioria teve: fiquei perplexo e tendi a rejeitar a tese quase
impulsivamente. Afinal, além de pertencer a ela, aprendi a saudar a classe
média. Não dá para pensar em um país menos desigual sem uma classe média forte
[..]
A minha
resposta, então, ao enigma da classe média brasileira aqui colocado, começava então
a se desvelar: é que boa parte dela é reacionária porque é meritocrática; ou
seja, a meritocracia está na base de sua ideologia conservadora.[...]
Assim, boa parte da classe média é contra as cotas nas
universidades, pois a etnia ou a condição social não são critérios de mérito; é
contra o Bolsa-Família, pois ganhar dinheiro sem trabalhar além de um demérito
desestimula o esforço produtivo; quer mais prisões e penas mais duras porque
meritocracia também significa o contrário, pagar caro pela falta de mérito;
reclama do pagamento de impostos porque o dinheiro ganho com o próprio suor não
pode ser apropriado por um Governo que não produz, muito menos ser distribuído
em serviços para aqueles deserdados sociais que
não são produtivos e não geram impostos. É contra os políticos porque em
uma sociedade racional, a técnica, e não a política, deveria ser a base de
todas as decisões: então, deveríamos ter bons gestores e não políticos. Tudo
uma questão de mérito. [...]
A meritocracia dilui toda a subjetividade e complexidade
humana na ilusória e reducionista objetividade dos resultados e do desempenho.
O verso “cada um de nós é um universo” do Raul Seixas – pérola da concepção
subjetiva e complexa do humano - é uma verdadeira aberração para a
meritocracia: para ela, cada um de nós é apenas um ponto em uma escala de
valor, e a posição e o valor que cada um ocupa nesta escala depende de
processos objetivos de avaliação [...]
domingo, 10 de novembro de 2013
Poderosos que oprimem diariamente o povo pobre, ainda fazem escárnio disso na maior cara de pau.
Conheçam o homem que encarou a prefeitura e a Globo de frente; que apanhou, bateu e tá sofrendo por isso.
Como é de conhecimento até do mundo mineral, Eduardo Paes instaurou aqui no Rio de Janeiro a chamada “República da Playboyzada”; gente relativamente jovem “bem nascida”, que que vive de ostentação, prazeres mundanos, e atropela os menos favorecidos como um trator violento e insensível. O que você faria se fosse a sua casa? Na defesa da honra, da dignidade contra os poderosos veja o vídeo que você não vai ver na mídia do cara que teve a coragem de denunciar as desapropriações ilegais do entorno do Morro da Providência.
Como é de conhecimento até do mundo mineral, Eduardo Paes instaurou aqui no Rio de Janeiro a chamada “República da Playboyzada”; gente relativamente jovem “bem nascida”, que que vive de ostentação, prazeres mundanos, e atropela os menos favorecidos como um trator violento e insensível. O que você faria se fosse a sua casa? Na defesa da honra, da dignidade contra os poderosos veja o vídeo que você não vai ver na mídia do cara que teve a coragem de denunciar as desapropriações ilegais do entorno do Morro da Providência.
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
Vídeo espetacular: Veja como se dá ódio seletivo da mídia e da classe média burguesa no Brasil
Bandidos, polícia e políticos são os
alvos prediletos. Todos os bandidos? Claro que não, só os pés de chinelo. Todos
os policiais? Evidente que não, Capitão Nascimento que mata o pobre e preto na
favela é ídolo só os pms pés rapados, iletrados e subornáveis. E por fim, todos
os políticos? Essa não vou nem responder, que já tá batida.
O empresário corrupto, o juíz,
o procurador, etc_ o barão das comunicações, o doutor que fralda o ponto, aí
não. Olhar pro umbigo então...Como dizia Sartre: "O inferno são os
outros".
Viva o Brasil!
O ataque do Homem forte da Globo aos blogs
Passada a eleição de 2010,
ele abriu processos quase simultâneos contra 5 blogueiros: Cloaca, Nassif,
Marco Aurélio Mello, Azenha e este escrevinhador. Paulo Henrique Amorim já
era processado pelo diretor da Globo. Reparem: ele usou a Justiça numa
tentativa de intimidar justamente aqueles que, durante a campanha de 2010,
haviam ajudado a mostrar o golpe frustrado da “bolinha de papel”.
Os blogs desmontaram a farsa da
bolinha. Kamel levara o perito Molina – que já servira como perito em
ações particulares movidas por Kamel contra vizinhos dele, num prédio luxuoso
do Leblon (sim, Kamel é dado a processar até vizinhos!!!) – para o JN. A
tentativa era dar uma força ao Serra, na reta final da eleição. Aqui no Escrevinhador, você leu que até a Redação da
Globo sentiu vergonha da ação perpetrada por Kamel: “O dia em que até a Globo vaiou Ali Kamel”.
Kamel perdeu em 2010. Como já
perdera em 2006 (no episódio do delegado Bruno, que terminou levando à minha
demissão da Globo). E como já perdera ao dizer que no Brasil “não há racismo”,
ou ao atacar o Bolsa-Família. Kamel foi desmoralizado pelos fatos. Esses
não podem ser processados. Kamel foi derrotado pelos blogs, e contra esses –
sim – ele decidiu reagir. Na Justiça.
O bloco oposicionista formado pela Mídia, o PSDB e todos os que comungam de suas "verdades", errou feio no preconceito aos médicos cubanos
Pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), divulgada nesta
quinta-feira, indica que o PSDB pode colher péssimos resultados por sua
oposição raivosa, elitista e oportunista ao programa "Mais
Médicos".
MP de São Paulo virou um partido político?
No novo
escândalo de corrupção milionária dos mesmos de sempre, há que se perguntar: Existe
justiça em SP?
http://www.blogdacidadania.com.br/2013/11/midia-de-sp-culpa-pt-por-corrupcao-no-psdb-e-no-dem/
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Inacreditável!Os ataques racistas da Globo no mês da consciência negra
Podem até ser processados por ataque raivoso
aos beneficiários do Bolsa Família e por racismo velado
Um regime de
escravidão que durou 388 anos, que custou o sequestro e o assassinato de
aproximadamente 7 milhões de seres humanos africanos e outros tantos milhões de
seus descendentes e que fora amplamente denunciado como um dos maiores crimes
de lesa-humanidade já vistos, deve/pode ser motivo de piadas?”.
Imprensa burguesa
para O POVO consumir é de embrulhar qualquer estômago. São pessoas muito más
por trás disso tudo!
A imprescindibilidade das cotas raciais
“Temos de superar as consequências do nosso
longo período escravocrata que não acabou com a abolição mas se manteve na
hierarquização da sociedade, na qual a base são negros e indígenas. Para
superar isso, são necessárias ações afirmativas, como esta das cotas no serviço
público federal “
Mídia burguesa faz até isentos se revoltarem contra a pequena revolução social do IPTU feita por Haddad
É muita
mesquinhez! Enquanto isso o Re do Camarote da Veja deve aos cofres públicos uma
baba de IPTU. Inversão total de valores!
terça-feira, 5 de novembro de 2013
Na contramão da Sociedade de excessos
Pessoas que optaram por uma vida simples
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/04/homens-e-mulheres-que-optaram-por-uma-vida-simples.html
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/04/homens-e-mulheres-que-optaram-por-uma-vida-simples.html
A conjuntura fascistóide que explodiu nas ruas
Uma análise
completa do Mestre Wanderley Guilherme dos Santos; mais uma vez brilhante!
Os que
agora se mobilizam e convocam sabem que são isso mesmo, portanto cúmplices
entre si. Não há jovem do Leblon que ignore os saques e depredações que irão se
seguir às suas intervenções ditas pacíficas. É a esta informal coalizão de
celerados que se referem os acoelhados discursos pela modernidade, pelo avanço
democrático em curso, pela radicalização da participação. Desde quando
movimentos pela democracia difundem o medo e intimidam fisicamente os que
divergem? Na verdade, a hegemonia da atual semântica política é niilista,
reacionária, antidemocrática. Mesmo as manifestações em favor de teses
populares adquirem conotação truculenta. Com todo o narcisismo de que são
portadores, movimentos e personalidades de grande notoriedade não conseguem desfazer
a impressão de que perderam o controle sobre o emocional da população
Do mar
de gente em desfile pelos dias de junho já se ausentaram há muito os de boa fé,
os lúdicos, os solidários com as iniciais demandas sobre transporte, até mesmo
sobre saúde e educação, bem como os movimentos tradicionais organizados.
Participam hoje dos protestos, fora os incautos e ingênuos que sempre existem e
lhes emprestam ar de legitimidade, grupos anômicos de jovens de algumas posses,
grupos neonazistas e pré-fascistas, organizações niilistas nacionais e
internacionais, além das gangues ordinárias de ladrões e assaltante
As
respostas oficiais, exceto em parte a dos parlamentares, acentuo, exceto em
parte a dos parlamentares, têm contribuído para ratificar a ilusão de um
aprofundamento da democracia que, de fato, em sua versão expressiva e
comportamental, consiste em seu oposto, na intolerância, na destruição e no
ódio que contamina as mensagens das ativas redes sociais.
Quanto mais cedo se mobilizar a resistência democrática ao niilismo anômico, melhor.
Quanto mais cedo se mobilizar a resistência democrática ao niilismo anômico, melhor.
Desmilitarização da Polícia defendida por um próprio PM
Sempre bati nessa tecla: São pessoas pode debaixo daquela farda e não lixo humano que
só serve para ser subornado e (agora) humilhado nas ruas pelos burgueses e atacado
pelos niilistas de preto.
Entenda porque é fundamental para o país a regulação da mídia.
Se depender do
PT isso não acontecerá. Temos que ir as ruas pressionar!
A inclinação da imprensa brasileira a direita
Partido da Imprensa Golpista
Essa inclinação da imprensa à direita ocorreu num momento histórico em que o país dá uma inclinada evidente a esquerda. Pense nas três vitórias consecutivas nas últimas campanhas presidenciais. Pense em 2014, quando a direita financeira foi recrutar uma antiga petista – Marina Silva – para sonhar com alguma possibilidade de vitória ao lado de Eduardo Campos, aliado histórico de Lula. Teremos uma campanha decisiva e árdua mas não se engane.
A direita não ousará dizer seu nome pois sabe que este é o caminho mais seguro para uma nova derrota.
Num movimento semelhante, é para conquistar leitores pela técnica de quem veio para confundir e não para esclarecer, que colunistas conservadores também querem apagar a distinção entre “direita” e “esquerda”. Sabem o risco de assumir o que são, num país onde a direita possui uma sólida tradição de autoritarismo, exclusão social e preconceito contra os mais pobres – tudo aquilo que o brasileiro detesta e não quer encontrar de novo à frente do governo.
Num movimento semelhante, é para conquistar leitores pela técnica de quem veio para confundir e não para esclarecer, que colunistas conservadores também querem apagar a distinção entre “direita” e “esquerda”. Sabem o risco de assumir o que são, num país onde a direita possui uma sólida tradição de autoritarismo, exclusão social e preconceito contra os mais pobres – tudo aquilo que o brasileiro detesta e não quer encontrar de novo à frente do governo.
Extrema esquerda brasileira: Entre o autoritarismo e o cinismo
Governos latino americanos formam hoje o
único polo mundial de resistência ao neoliberalismo
Esse fracasso da
extrema esquerda hoje na é generalizado nos países de governos progressistas –
Venezuela, Argentina, Uruguai, Bolívia, Equador -, com desempenhos mais ou
menos similares, mas a mesma incapacidade de compreender a natureza do período
histórico neoliberal e o papel progressista que tem esses governos.
As forças conservadoras por trás de Marina
Fogo amigo:
Roberto Amaral (PSB) critica os gurus
neoliberais de Marina.
Intelectuais e economistas tucanos da mais alta plumagem, Gianette e André Lara Resende são duramente
criticados por maior liderança do partido de Eduardo Campos.
O perigo da líder autoritária e demagoga.
http://www.conversaafiada.com.br/politica/2013/11/01/wanderley-marina-so-embroma-quando-fala-para-o-povo/
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