Na segunda feira, o deputado do PSOL deu uma entrevista ao
programa Roda Viva que tem repercutido muito nas redes sociais. Nela, Freixo
deixa claro suas posições sobre a violência na cidade e sobre a forma como o Rio
estaria sendo administrado a partir da visão estritamente empresarial do atual
prefeito, Eduardo Paes. Freixo clama por
uma cidade mais humana e pela construção de canais de participação cidadã que
parecem, de fato, terem se extinguido desde a era César Maia (1993-2008).
Suas ideias são avançadas e possivelmente terá o voto aqui
de casa, mas uma coisa me chamou muito a atenção durante o programa. Foi o momento em que o pré-candidato foi provocado a falar sobre
política de alianças, fator que ele (e o PSOL) consideram central para o
rompimento com o PT. Ele disse que rompeu com o partido onde ficou por 20 anos,
pois não dava pra ficar num lugar que recebia o apoio do Sarney, do Renan e do Collor.
Freixo optou em sua explicação, por fazer uso da “santíssima
trindade as avessas”, que a mídia menciona massivamente quando quer alfinetar o
governo, numa repetição sistemática de causar inveja a Reco- reco, Bolão e Azeitona
. A partir dali estava na cara que se complicaria.
É batata: Toda vez que alguém repete, irrefletidamente, os mantras da velha mídia, pode esperar que boa
coisa não vem depois. Quando foi questionado sobre a possibilidade do PSOL
fazer alianças ele disse, demonstrando pouca convicção, que alguns apoios eram bem vindos, mas de outros
não haveria a menor chance. Gabeira tudo bem, Marina pode ser...E o PSDB? Muito
difícil, salientando que as visões ideológicas eram diferentes, mas sem
descartar, evidente.
Vale ressaltar ainda que a mesma turma de artistas, intelectuais, ongs,
formadores de opinião etc_ que em 2008
construiu o arco em torno da candidatura Gabeira (na sequência encampada pela
Globo), agora se junta em torno de
Marcelo Freixo. Inclusive, o apoio do próprio Gabeira é uma possibilidade como ele
mesmo aventou.
Não
sei se foi assim pra todos, mas pelos menos pra mim ficou muito difícil de
entender esse jogo de pode, não pode e talvez. A pergunta que se impõe é: Quem fará o juízo de valor do que é puro e é
impuro no PSOL? Garotinho não mas Gabeira e o PSDB talvez, quem sabe..Cesar Maia não, mas a Globo,
huuumm, deixa ver, por que não?!
É justamente no momento em que tenta explicar essa equação
dificílima, que Freixo acaba evidenciando as contradições gritantes de seu
partido. Para responder ao jornalista,
ele diz que uma coisa é o embate político no parlamento , outra coisa numa
disputa majoritária municipal , estadual e assim por diante, deixando claro que
o nível de negociação dentro do espaço político deve ser proporcional a
importância do seu tamanho.
Nessa hora, faltou a todos os jornalistas que o rodeavam a
sagacidade pra fazer a seguinte pergunta :
Ok, mas a mesma lógica que o senhor se refere então, não deveria ser aplicada
ao PT, quando assumiu uma presidência da República em 2002?
A pergunta, óbvia, não saiu
- acho que a turma tava com a roda meio presa aquele dia - mas foi impossível não constatar algo não
menos óbvio: Uma coisa é uma coisa,
outra é outra coisa, mas no fundo é tudo a mesmíssima coisa.
Nunca foi muito
difícil prever que o dia em que o PSOL entrasse
numa disputa eleitoral de forma competitiva, teria que fazer concessões; não
tem jeito, assim é o jogo político desde que o mundo é mundo, ou imundo se
preferirem.
opnião mais centrada equilibrada que li a respeito do psol e do freixo!
ResponderExcluirme identifico mt com os discursos do partido, mas tenho plena convicção de que não serão a salvação do brasil!
concordo 100% de suas palavras!