quarta-feira, 16 de maio de 2012

Freixo evidencia contradições do PSOL

Marcelo Freixo é pré-candidato a prefeito do Rio de Janeiro. Um político de trajetória firme e consistente na luta pelos direitos humanos, uma boa alternativa que se apresenta para uma cidade tão carente de novas ideias, propostas e pessoas. Não há dúvidas que trata-se de um quadro expressivo.

Na segunda feira, o deputado do PSOL deu uma entrevista ao programa Roda Viva que tem repercutido muito nas redes sociais. Nela, Freixo deixa claro suas posições sobre a violência na cidade e sobre a forma como o Rio estaria sendo administrado a partir da visão estritamente empresarial do atual prefeito, Eduardo Paes.  Freixo clama por uma cidade mais humana e pela construção de canais de participação cidadã que parecem, de fato, terem se extinguido desde a era César Maia (1993-2008).

Suas ideias são avançadas e possivelmente terá o voto aqui de casa, mas uma coisa me chamou muito a atenção durante o programa.  Foi o momento em que  o pré-candidato foi provocado a falar sobre política de alianças, fator que ele (e o PSOL) consideram central para o rompimento com o PT. Ele disse que rompeu com o partido onde ficou por 20 anos, pois não dava pra ficar num lugar que recebia o apoio do Sarney, do Renan  e do Collor.
Freixo optou em sua explicação, por fazer uso da “santíssima trindade as avessas”, que a mídia menciona massivamente quando quer alfinetar o governo, numa repetição sistemática de causar inveja a Reco- reco, Bolão e Azeitona . A partir dali estava na cara que se complicaria.

É batata: Toda vez que alguém repete, irrefletidamente,  os mantras da velha mídia, pode esperar que boa coisa não vem depois. Quando foi questionado sobre a possibilidade do PSOL fazer alianças ele disse, demonstrando pouca convicção,  que alguns apoios eram bem vindos, mas de outros não haveria a menor chance. Gabeira tudo bem, Marina pode ser...E o PSDB? Muito difícil, salientando que as visões ideológicas eram diferentes, mas sem descartar, evidente.

Vale ressaltar ainda que a mesma turma de artistas, intelectuais, ongs, formadores de opinião etc_  que em 2008 construiu o arco em torno da candidatura Gabeira (na sequência encampada pela Globo),  agora se junta em torno de Marcelo Freixo. Inclusive, o apoio do próprio Gabeira é uma possibilidade como ele mesmo aventou.

Não sei se foi assim pra todos, mas pelos menos pra mim ficou muito difícil de entender esse jogo de pode, não pode e talvez. A pergunta que se impõe é:  Quem fará o juízo de valor do que é puro e é impuro no PSOL? Garotinho não mas Gabeira e o PSDB  talvez, quem sabe..Cesar Maia não, mas a Globo, huuumm, deixa  ver, por que não?!

É justamente no momento em que tenta explicar essa equação dificílima, que Freixo acaba evidenciando as contradições gritantes de seu partido.  Para responder ao jornalista, ele diz que uma coisa é o embate político no parlamento , outra coisa numa disputa majoritária municipal , estadual e assim por diante, deixando claro que o nível de negociação dentro do espaço político deve ser proporcional a importância do seu tamanho.  

Nessa hora, faltou a todos os jornalistas que o rodeavam a sagacidade pra fazer a seguinte pergunta : Ok, mas a mesma lógica que o senhor se refere então, não deveria ser aplicada ao PT, quando assumiu uma presidência da República em 2002?

A pergunta, óbvia, não saiu  - acho que a turma tava com a roda meio presa aquele dia -  mas foi impossível não constatar algo não menos óbvio:  Uma coisa é uma coisa, outra é outra coisa, mas no fundo é tudo a mesmíssima coisa.

 Nunca foi muito difícil prever  que o dia em que o PSOL entrasse numa disputa eleitoral de forma competitiva, teria que fazer concessões; não tem jeito, assim é o jogo político desde que o mundo é mundo, ou imundo se preferirem.




Conhecereis a verdade...


Dilma: 'A força pode esconder a verdade, mas o tempo acaba por trazê-la à luz. E hoje esse tempo chegou'.

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/esta-instalada-a-comissao-da-verdade

domingo, 13 de maio de 2012

Uma nova redenção

Relembrando o texto publicado no Luis Nassif:
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/homenagem-a-13-de-maio

Em 1988, ano em que se comemorava o centenário da abolição da escravidão no Brasil, a Vila Isabel vencia o carnaval na Marquês de Sapucaí com uma bonita homenagem ao herói abolicionista Zumbi dos Palmares. Nesse mesmo ano, a Mangueira levava para avenida em tom de louvor e denúncia aquela considerada por muitos a mais bela entre as mais belas de suas inúmeras composições:

 "Será que já raiou a liberdade ou se foi tudo ilusão? Será que a Lei áurea tão sonhada e há tanto tempo assinada, não foi o fim da escravidão? Hoje, dentro da realidade onde está a liberdade, onde está que ninguém viu? Moço não se esqueça que o negro também construiu as riquezas do nosso Brasil.."

 Era nossa festa popular de maior expressão trazendo a baila uma importante questão: A grave situação vivida pelo negro após a abolição da escravatura, o que alguns historiadores denominaram "liberdade vazia" – pois os meios necessários para sua inserção social não lhes fora apresentados com clareza, e estão sendo conquistados até os dias de hoje, na raça e na coragem.

 "...Pergunte ao criador quem pintou esta aquarela, livre do açoite da senzala, preso na miséria da favela" _ Assim prosseguia o samba da Estação Primeira, pisando forte na avenida pra tentar mostrar ao Brasil que aquele que também ajudou a construir essa nação não pode viver marginalizado, residindo em guetos e favelas, "sutilmente" segregado do resto da população.

 Hoje, passadas mais de duas décadas é possível perceber que, apesar da situação ainda ser preocupante, o quadro da desigualdade racial no Brasil apresenta sensíveis sinais de melhora. A semente plantada por Zumbi finalmente cresceu e já começa a sazonar seus frutos. O negro mais uma vez na história chamou pra si a 'responsa' e cada vez mais percebe-se como sujeito dessa transformação, numa luta de igual teor de bravura só que agora no plano ideológico - impulsionando ações afirmativas importantíssimas e, de forma ousada, fazendo acontecer.

 Assim como Anastácia não se deixou escravizar, milhares de cidadãos brasileiros de uns tempos pra cá, duvidaram dessa conversa mole de que "não somos racistas"e além de reconhecerem a luta que vem enfrentando nessa "gigantesca Casa Grande chamada Brasil" cada vez mais arregaçam suas mangas pra cobrar o que é seu por direito.

 Quando naquele ano comemorativo Jamelão cantava em verso e prosa o sonho da volta de Zumbi dos Palmares, do fim do sofrimento de uma raça, e chamava isso de "uma nova redenção" (..sonhei que Zumbi dos Palmares voltou, a tristeza do negro acabou foi uma nova redenção..) parecia mesmo estar pressagiando um novo período na história brasileira - já que o espírito de luta de Zumbi se faria presente em cada lar, em cada organização, em cada esquina, na favela ou no Congresso, na tv ou no cinema, no sinal ou na universidade, no dia-a-dia de bravura e conquistas de cada negro desse país.

 Valeu Zumbi, seu grito forte dos Palmares já ecoa pelos quatro cantos de um novo Brasil que nasce, chacoalhando as bases de uma sociedade onde um dia (de verdade) a cor da pele não determinará absolutamente mais nada, um dia onde estaremos de fato juntos e misturados, o dia onde estas minhas palavras perderão todo sentido. E neste dia poderemos encher o peito e dizer: Somos todos cidadãos brasileiros.

 E naquele 1988, naquele último dia de carnaval, o memorável samba da Estação Primeira, supra-sumo da mais bela poesia vinda da garganta de Jamelão, amanhecia a cidade de maneira alegre e festiva, como não poderia deixar de ser:

 "O negro samba, negro joga capoeira, ele é o rei na verde e rosa da Mangueira!"

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Veja terá que se explicar ao Brasil

A partir de 2005, a imprensa brasileira se transformou definitivamente num partido político. Mas jamais imaginávamos que nossa mídia poderia ir tão longe, ou melhor, descer tão baixo.  A reportagem do DOMINGO ESPETACULAR desta semana é um divisor de águas e, como nunca antes visto ou até imaginado aqui no Brasil, esclarece po a+b , de forma bastante didática e objetiva, as relações estreitas de um grupo de comunicação com o crime organizado. Veja foi longe demais; por sua arrogância, o grupo dos Civita  achava que jamais seria confrontado. Dessa vez terá que se explicar a nação.

É possível observar na matéria que o grupo de Cachoeira, não informa (não era uma mera fonte), mas passa a pautar a linha editorial da Revista. Isso mesmo, um criminoso articulando com o editor-chefe da Revista, sr . Policarpo Jr, e escolhendo atá a melhor forma de tramar contra o governo.
Segue a reportagem que vale a pena repassar pois, infelizmente, muita gente boa ainda assina essa Revista.

Rodrigo Vianna revela como a fonte da Globo bebia nas águas deCachoeira. Leia o texto e clique no link para ver a entrevista



quarta-feira, 9 de maio de 2012

Tudo que sei...

"A potência intelectual de uma pessoa é medida pela capacidade de suportar dúvidas"
                                                                                           (Flávio Gikovate)

segunda-feira, 7 de maio de 2012

França : Um sopro de esperança no coração do Velho Mundo

Esquerda retoma o poder e  novas ideias já começam a jogar luz sobre os tempos sombrios de Sarkozy.. Abaixo, uma entrevista rápida com a nova primeira-dama, belíssima por sinal. Segue um trechinho:

Quanto à possibilidade de o  fato de não estar casada com Hollande, o qual conhece desde 1988, cause problemas diplomáticos, encerrou a questão dizendo:
"não estou certa de que isso represente tantos problemas. Talvez para uma visita ao Papa. Francamente, não é um aspecto que me preocupe (...). Isso de casamento é, antes de tudo, um aspecto da nossa vida privada".
                                                                                          
           (Valérie Trierweiller)


Os resistentes

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,os-resistentes-,868169,0.htm

Brasil dá mais um passo importante para redução das desigualdaes

" A característica singular do racismo brasileiro é que ele não incide sobre a origem racial da pessoa, mas sobre a cor da sua pele"

(Ayres Britto, Ministro do STF, às 20:16 do dia 26 de abril de 2012)
No texto abaixo, um retrato honesto da questão racial em nosso país: