segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O perigo do fascismo que emerge na cidade

O governo Cabral tem muitos problemas, inúmeras zonas cinzentas e mal explicadas. A chantagem que ele fez contra Dilma, no caso dos royalties do pré-sal, por exemplo, foi coisa de mafioso; mas discordo frontalmente da forma como os protestos vem acontecendo no Rio. Acampar na frente do prédio do governador (onde moram outras pessoas); acuar sua família; destruir lojas, agredir pessoas (fardadas ou não) e o patrimônio público por conta de seus mal feitos: nada disso é legítimo.

Não tem nada a ver com o Egito, como muitos tentam pintar. A violência daqui é fascista. Se de esquerda ou direita, não importa: é fascista. E, portanto, injustificável. Existem meios constitucionais de se questionar os atos de um governante. Meios anticonstitucionais não justificam fins constitucionais. Inclusive, existem meios democráticos de pressão nas ruas, como a passeata organizada pelos professores do Município na quarta-feira passada.

O Brasil que emerge das ruas do Rio de Janeiro é um Brasil piorado, violento e intolerante. Essas pessoas querem enfraquecer o governador usando os mesmos métodos da grande mídia sensacionalista, dos teóricos e dos porta vozes dos que apostam na radicalização - colocando a “faca no pescoço”, intimidando com violência, recusando o diálogo e desprezando a Constituição.

Negativo: esse movimento não me representa. Não votei, não gosto e muito menos confio no governador Cabral, mas defendo até o fim o legítimo direito que ele tem de se defender com dignidade.

No dia 7 de setembro, o grupo Anonymous, apoiado por Black Blocs, MN e seus simpatizantes, está convocando um ato nacional carregado nas tintas de violência. Querem levar a população as ruas acirrando o ódio contra “tudo isso que está aí”. Repito: O Brasil não é o Egito. É preciso que a população não se deixe manipular, tenha o mínimo de equilíbrio para não fazer coro a sanha revolucionária de ocasião de gente que só quer desestabilizar ou que acredita que do caos e da violência possa emergir um país melhor para todos.

O Brasil precisa melhorar, o Rio de Janeiro nem se fala, a luta dos profissionais de educação está aí para mostrar isso, mas, se a população, ou pelo menos algumas vozes, não se levantarem e se indignarem também com as práticas de uma minoria violenta que tenta falar pelo todo, estaremos sendo partícipes de uma "solução" que poderá nos levar a um problema ainda muito maior.   

“Para combater a monstruosidade, não precisamos nos transformar em monstros”

                                                                                   (Nietzshe)

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