sexta-feira, 29 de julho de 2011

Ecos do jogão de quarta feira!

Que coisa boa foi poder assistir a esse jogão de bola, com campo aberto pros craques se fartarem. Com espaço pra produzir o que sabe, ninguém segura o jogador brasileiro! Nessas condições, eles sabem deitar e rolar como nenhum outro do planeta. Quem no mundo tem a habilidade estrondosa de Neymar e Ronaldinho? Messi e Cristiano Ronaldo, talvez..e fica por aí.
O jogo foi sensacional, mas temos que ser realistas: um outro com essas características (ou mesmo semelhantes), que era mais comum no passado, dificilmente se repetirá. Me refiro aos espaços no campo, verdadeiros latifúndios, que vimos na quarta-feira. Esse jogo reacende em nós amantes do futebol a paixão pelo jogo solto, cheio de arrancadas, dribles e tudo mais que um dia vimos nos tapes e nos estádios do Brasil afora; mas, por mais que o sonho pela magia da bola nos conduza ao engano, sabemos que dificilmente será reeditado.

Nesses tempos de marcação cerradísima, 3 volantes etc_ um jogaço de bola desses, que era comum há 20, 30 anos, hoje tronou-se algo atípico. Não é a toa que está sendo chamado por alguns jornalistas , estranhamente, de "clássico playstation".

Pra acontecer mais vezes, como gostaríamos (meu Deus, seria fantástico!) , teria que haver uma Nova Ordem no futebol brasileiro. Uma convenção de técnicos e de atletas (que já vem contaminados lá da base) para uma espécie de “lesse fair” da bola - jogar e deixar jogar. Alguém, honestamente, acredita nisso?

Mas, enquanto isso, voltemos pra realidade, onde permanece viva e saborosa a lembrança do deleite que tivemos na quarta-feira. Fiquemos com o sonho e com a esperança que nossos craques possam gastar toda a bola que têm quando encontrarem os espaços diminuídos e marcação potente de marcadores multiplicados e implacáveis. Como faz Messi há alguns anos, e não é a toa que é chamado com toda justiça de melhor do mundo.

Quanto a Neymar, aposto minhas fichas que ele tem todas as condições de reproduzir seu belíssimo futebol por longos anos e assombrar o mundo como faz o argentino. Quanto ao Ronaldinho já não faço a mesma aposta. Não acredito mais na sua capacidade de jogar sobre pressão, marcação e com o peso da decisão sobre os ombros.

No mais, viva o futebol!

ps: Estranha-me o fato de a imprensa – principalmente a Globo - não estar pressionando o técnico da seleção nesse momento. Caso o técnico fosse o anterior, não tenho dúvidas que estariam fazendo comparações incessantes entre o chamado “verdadeiro futebol brasileiro” e “ o futebolzinho do time do técnico da seleção”, que diga-se de passagem hoje sim vai realmente muito mal das pernas, vinda de um vexame histórico. Estranha-me mais ainda o fato de não fazerem pressão pela convocação de Ronaldinho Gaúcho. Ele está jogando esse ano, muito mais do que jogou em 2009/2010 e a seleção brasileira muito menos do que jogou na época e, no entanto, não vejo um pedido mais contundente por parte de nenhum jornalista sequer. Se compararmos com a campanha que fizeram (principalmente a Globo) em 2010 a distância é absurda.


ps 2: O lugar de todo cidadão amante do futebol brasileiro é sábado as 10hs, no Largo do Machado. É o primeiro passo para o povo começar recuperar o que a parceria Globo-CBF nos tirou.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

A Copa do mundo é nossa!

Sábado, dia 30 de julho, as 10 hs, no Largo do Machado. Todos juntos vamos!

http://blogdojuca.uol.com.br/2011/07/a-luta-continua/

domingo, 17 de julho de 2011

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Tem que respeitar o melhor do mundo.

"Messi, perdoe, eles não sabem o que falam",
Foram sessenta passes certos de sessenta e quatro dados na partida!

Desses, a maioria pra frente, vertical, sendo que pelo menos uns dez (sem exagero) pra deixar os companheiros na cara do gol. Os gols da Argentina saíram de passes primorosos dos pés de Lionel Messi. E poderia ter sido até mais, como no belo passe de “três dedos” que encontrou Higuain na área pra sofrer pênalti não marcado pelo juiz e os outros tantos que encontraram a trave, o goleiro etc.

Fora isso, Messi jogou por todo o campo: esquerda direita, centro, caindo por todos os lados e pedindo bola e avançando em velocidade sempre. Um futebol de encher os olhos. É impressionante o que joga esse argentino!

No primeiro jogo já havia sido um dos melhores do time, mesmo não jogando tudo que sabemos que sabe jogar. No segundo, pegou o bom time da Colômbia marcando duríssimo e mesmo assim deu dois passes importantes pra gol - um deles, talvez o mais bonito da Copa América até agora, de uns trinta metros pela grama , que deixou Lavezzi na cara pra marcar. Só que hoje ele resolveu jogar demais, comeu a bola sem cerimônia nenhuma e ocupou o jogo todo de forma soberba!

A imprensa argentina e boa parte da torcida, após ler a faixa "Messi, perdoe, eles não sabem o que falam", estendida no estádio em Córdoba, devem estar refletindo até agora.

A imprensa brasileira (principalmente um certo colunista 'bem amigo') também deve estar revendo algumas opiniões a essa hora. Não satisfeita em insistir na equiparação do rendimento de Messi com Neymar na competição (esse sim está devendo e muito), volta a fazer comparações do jogador com Ronaldinho Gaúcho no manjado e discutível binômio clube-seleção. O que também não procede de jeito nenhum.

RG jogou uma barbaridade por um curto período no Barcelona e não jogou rigorosamente nada por um loooongo período na seleção.

Messi joga uma barbaridade há muuuito tempo no Barcelona e na seleção joga menos, é verdade, só que sempre é um dos melhores do time, jamais foi medíocre.

Hoje jogou tudo o que sabe pela seleção do seu país e, como bom monstro que é, engoliu a bola, o campo e os críticos.

Tem que respeitar o melhor do mundo.

ps: Que na quarta-feira a esperança brasileira de topete impecável possa também fazer barba, cabelo e bigode do adversário. É disso que o povo gosta!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Copa do Mundo Sub-17 e a lição que fica

Essa Copa do Mundo sub-17 está sendo uma das mais emocionantes dos últimos tempos. Aliás, sem dúvida nenhuma, está melhor de assistir do que a atual Copa América.
O jogo mais eletrizante foi a semi-final México x Alemanha. Um jogo altamente técnico, com muita pegada, cheio de gols e lances incríveis. O México foi buscar o resultado duas vezes , conseguiu o empate de 2x2 num escanteio quase olímpico que contou a raça de seu principal jogador, Gomez – eiiiita garoto bom de bola! Depois, aos 44 do segundo tempo, quando o jogo estava absolutamente equilibrado, e tudo indicava uma decisão por pênaltis, um jogador mexicano vai a linha de fundo, cruza pra dentro da área e Gomez, com a cabeça enfaixada do lance do segundo gol, emplaca uma linda bicicleta decretando o 3x2.

O estádio vai abaixo e o México pra final com o Uruguai.

A seleção uruguaia, por sua vez - diferente do México que enfrentou um leão faminto - conseguiu a vaga de forma bastante tranqüila contra o Brasil, num 3 x0 que acabou ficando de bom tamanho dada a total inapetência da nossa seleção.

Vendo a raça e a dedicação com que se entregaram a partida mexicanos e alemães – esses no final do jogo pareciam que tinham perdido a guerra - e a bonita comemoração do Uruguai, é inevitável a comparação com a seleção brasileira. Nosso time, apesar de superior tecnicamente, aparentou um total descompromisso em campo, uma falta de vontade intrigante e ao mesmo tempo irritante.

Em 2009, no mundial de sub-20 lembro que foi a mesmíssima coisa na final contra Gana; perdemos de forma sonolenta, faltou garra (ou gana mesmo) pois éramos, também naquela ocasião, superiores tecnicamente.

Considerando o fiasco dos garotos de 17 anos nessa Copa, a bobeira dada pelos de 20 anos em 2009, e esse último 0x0 de dar sono do time principal (cheio de jovens promessas), contra a Venezuela, acho que cabe uma pergunta: Pra onde está caminhando o futebol brasileiro?

A sensação que dá é que esses meninos talentosíssimos estão sendo tratados de forma totalmente equivocada, sem um trabalho ou um planejamento sério, que envolva o jogador desde a base, ensinando respeito, valores fundamentais, e a responsabilidade (esportiva) de vestir a camisa amarela de tantas glórias e tantos craques.

Acho que enquanto continuar essa ganância absurda em torno do “produto seleção brasileira”, enquanto prevalecer essa visão mercantilista do dono da CBF, seus parceiros da Rede Globo e tudo que gravita em volta disso, a única coisa que restará aos nossos meninos vai ser escolher a chuteira fosforescente mais chamativa, o brinco de ouro mais maneiro, e o cabeleireiro mais badalado pro topete não desmanchar durante a partida.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Seleção de Dunga era muito mais ofensiva...

O time de Dunga era muito mais ofensivo do que esse aí da Globo: Atacava por todos os lados em velocidade, fazia muitos gols e com quase todos os jogadores se revezando nessa função de chute a gol...

Esse aí, lento e estático, só é ofensivo mesmo no papel e na cabeça de quem entende muuuuito de futebol

terça-feira, 5 de julho de 2011

Professores vão as ruas e descobrem qual o papel do Globo.

Os profissionais da educação do Estado do Rio de Janeiro acabam de fazer, no início da tarde dessa terça feira, uma passeata do Largo do Machado até o Palácio da Guanabara, as vésperas da greve da categoria que completa 30 dias depois de amanhã.
A tônica da manifestação foi o absoluto descaso do governo Sérgio Cabral com a Educação - salários aviltantes (alguns profissionais ganham menos de 1 salário mínimo e grande parte dos professores pouco menos de 1 mínimo e meio), o plano de metas que transforma sala de aulas em linhas de montagem e o não cumprimento da promessa de campanha de incorporação integral do programa Nova Escola.

A manifestação correu de forma pacífica e com o apoio da população e dos bombeiros - que marcaram presença - e também da polícia militar, que o tempo todo auxiliou para que tudo fluísse com tranqüilidade, inclusive o transito na medida do possível.

Aliás, os professores tiveram o apoio também dos motoristas, que em respeito a causa não buzinaram (muitos até acenaram), quem passava na rua batia palmas e alguns moradores colocaram panos pretos na janela em sinal de apoio mas também de repúdio ao que recentemente foi revelado sobre as relações confusas do atual governo com empreiteiras, empresários bilionários etc.

Registre-se ainda que ao passar por uma maternidade, a pedido de quem estava no carro do som, houve um silêncio geral em respeito ao trabalho daquela instituição.

Faço questão de trazer esse depoimento, que pode ser confirmado por quem esteve lá, moradores próximos e até em outras mídias (como vi no JB), para mostrar um pouco mais daquilo que o que o glorioso O Globo optou por fazer a população acreditar: que os professores trouxeram dor de cabeça pro carioca, parando o trânsito da cidade na manhã dessa terça feira chuvosa.

Há trinta dias que a greve dos profissionais de educação é escondida por esse veículo de comunicação. Nada é divulgado, nada aparece e quando acontece é pra dizer que os educadores estão deixando os “coitados” dos alunos sem aula, com reportagens tendenciosamente editadas.

Chegar de uma manifestação tão importante pra categoria, que mesmo debaixo de chuva levou muita gente pras ruas, com tantas questões sérias para serem tratadas e ter que ler essa palhaçada (desculpem) na edição online, realmente não é fácil.

Eles estão certíssimos quando bradam seu lema de que O Globo vai “muito além do papel de um jornal”. O que estão tentando fazer com a causa dos professores do RJ realmente não é o papel de um jornal sério, mas sim um tremendo papelão.

ps: Abaixo, a vergonhosa forma de dar a notícia.


Tráfego lento


Manifestação de professores complica o trânsito em Laranjeiras, com reflexos em Botafogo e no Centro


Publicada em 05/07/2011 às 15h10m


Paulo Marqueiro (marquero@oglobo.com.br) e Ronaldo Braga (ronaldo@oglobo.com.br)


RIO - Os motoristas precisaram ter paciência para atravessar a Rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras, no início da tarde desta terça-feira. Uma manifestação de professores complicou o trânsito nos dois sentidos na região. Por volta de 15h, o protesto já havia terminado, mas a via ainda apresentava lentidão em função do excesso de veículos.


As retenções em Laranjeiras chegaram a ter reflexos no Centro e em Botafogo. Os profissionais da educação estiveram em frente ao Palácio Guanabara depois de terem caminhado desde o Largo do Machado, pela Rua das Laranjeiras. Por causa do protesto, a pista sentido Botafogo da Pinheiro Machado ficou fechada na altura da subida do viaduto Engenheiro Noronha, sobre a Rua das Laranjeiras. Os carros que saíam do túnel Santa Bárbara eram obrigados a pegar a Rua das Laranjeiras, em direção ao Cosme Velho.


O engarrafamento no sentido Centro começou na Benedito Hipólito, no Centro. No sentido oposto, o congestionamento chegou à Praia de Botafogo.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/07/05/manifestacao-de-professores-complica-transito-em-laranjeiras-com-reflexos-em-botafogo-no-centro-924836131.asp#ixzz1RGNwOg00

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Paciência tem limite!

Nesses tempos de topetes coloridos o torcedor começa a sentir saudade de quando a seleção fazia barba, cabelo e bigode dos adversários.

Ele começou com a bola cheia, trazendo um monte de caras novas pra seleção como Jucilei, Elias, Sandro, Jadson, mas na hora da “onça beber água” foi chamando um por um do time do ex-treinador : Elano, Maicon, Lucio etc_até que finalmente conseguimos achar uma cara pro time do Mano: O time do Dunga acrescido das obviedades, Neymar e Ganso.

Ou seja, a renovação tão propagada por Mano nos quatro cantos da Globo acabou não acontecendo. Pra se ter uma ideia, a renovação feita por Dunga em 2006 contou com 12 jogadores e a de Mano com apenas 5. Dunga renovou mais, conforme já se sabia, pois era o fim de uma geração dos pentacampeões Cafu, R. Carlos, Ronaldo etc_ e teve o mérito de potencializar o futebol de alguns jogadores até então medianos, armar um esquema em cima das características do craque principal (Kaká) e ainda padronizar a forma do time jogar – forte na defesa, explorando a velocidade e atacando em bloco, onde todos faziam gols.

A única diferença de Mano Menezes para o antigo treinador talvez seja mesmo a elegância, a fineza no trato e sem dúvida nenhuma o apoio Global. Ah, e as vitórias, claro: Enquanto a seleção de Dunga ganhava dos nossos adversários tradicionais como Portugal, Argentina, Inglaterra e Itália com muita freqüência , com um grande poder ofensivo; a de Mano Menezes faz o contrário, começou perdendo da Argentina , depois nova derrota pra França empate com Holanda e agora essa frustração com a Venezuela. Em 450 minutos de bola rolando, só saiu um único golzinho contra a Romênia, e o Ronaldo Fenômeno, aposentado e acima do peso, em seus 15 minutos festivos, teve mais chances de gol que alguns ali na temporada toda!

Time mesmo, aonde está? Esquema? Até agora ninguém viu. Em um ano de trabalho o resultado é desanimador. O time tem uma dificuldade enorme de penetração, é muito lento , se embola lá na frente, conclui pouquíssimo a gol, sendo salvaguardado por essa defesa que é mesmo excepcional– embora ache que ainda falta o Maicon, que é mais lateral que o Daniel Alves.

Quando Mano assumiu o lema, da Globo-CBF era “precisamos ter paciência.” Tudo bem sejamos pacientes é sempre bom esperar mesmo pra observar um trabalho quando este começa. Mas, sinceramente, haja paciência!

A seleção precisa ganhar, ela vive de vitórias. A era Dunga deixou o torcedor mal acostumado, embora questionada pela imprensa, é inegável que ganhava sempre e com placares elásticos.

Mano, que foi mais agraciado que Dunga com essa boa safra do futebol brasileiro, tem a obrigação de fazer esses cracaços que tem na mão jogar bola. Obrigação.

E, por favor, é preciso deixar a vaidade de lado com uma certa urgência. Na entrevista de ontem ele estava falando com tanta pompa que já não dava nem pra entender mais o que dizia, até o timbre de sua voz está mudando.

Só a imagem e o Galvão empurrando não convence mais. A seleção brasileira precisa ganhar e fazer gols. São apenas 9 em 10 partidas, talvez a pior média dos últimos longos tempos, senão a pior.

Ganhar do Paraguai no sábado tornou-se obrigação para esse grupo.