quarta-feira, 13 de agosto de 2014

O que estamos vendo emergir entre nós tem um outro nome.

Primeiro foi o Roger a agredir covardemente Marcelo Rubens Paiva; perdeu em argumentos e, de forma desumana, zombou do seu pai, torturado e assassinado na ditadura militar. Depois, o dia de ontem. Esse fenômeno dos ataques raivosos, da política feita de forma figadal, o da monstruosidade que não encontra mais nenhum limite, é algo novo que emergiu no país não tem muito tempo.
Eu tava pra falar nisso, acho que esse é o momento: Penso que confundir essa imundice que está aí com o pensamento liberal-conservador, é um erro gravíssimo e um enorme preconceito que se comete. (vale lembrar que boa parte do ditos progressistas volta e meia mostram tb a sua falta de escrúpulos, usando até Hitler de forma indiscriminada) Embora os vestais que se portam socialmente dessa forma abjeta estejam sim mais inclinados a direita, fazer essa distinção, nesse momento, é fundamental para uma convivência salutar e democrática de opiniões. Precisamos separar de uma vez por todas ideologia política de “doença espiritual”. O pensamento liberal de sociopatia avançada. Creio que o momento de luto nacional seja oportuno.
O pensamento liberal, conservador, da Escola de Friedman, teve aqui no Brasil seus representantes como Bulhões, Campos, Simonsen, por exemplo. Embora tenham sido gurus dos militares e levado o Brasil, a época, a um dos países mais desiguais do mundo, eram pensadores sérios, gente que merecia ser respeitada, como faço questão de registar merecem todo o respeito as pessoas de pensamento conservador consistente. Eu conheço algumas que respeito profundamente e nutro admiração pela trajetória de vida familiar e profissional.
Mas, infelizmente não posso dizer o mesmo do que sobrou hoje em dia. A direita brasileira, aos mais jovens, principalmente, sobrou hoje um só guru: chama-se Olavo de Carvalho. Como muito bem disse o jornalista Paulo Nogueira, ele é, hoje, uma espécie de chefe de seita para a essa “nova direita”, uma garotada (alguns já mais crescidos) que não tem tempo para se informar, e que é quase doutrinada a fazer política na base de enfurecimento e de ataques ferozes. Olavo de Carvalho está muito longe de ser um notável como Roberto Campos, trata-se de um fundamentalista que remete aos pregadores evangélicos mais exaltados que tem por aí. Essa figura foi feita para o novo “analfabeto político” , um tipo de seguidor que se informa de manchetes, que quer certezas rápidas pois precisa emitir opinião sobre aquele assunto, mesmo que deixe a todos chocados -pouco importa - a ideia é gerar o caos e se valer no meio da gritaria. É nessa levada que surgiram as suas crias: Pondé, Villa, Gentille, Lobão, Magnoli, Mainardi, Constantino, Roger e por aí vai...
Então, como disse um amigo, isso que estamos vendo hoje em dia, NÃO é o pensamento liberal, isso é outra coisa; isso não é sequer o pensamento ultra-conservador que, rejeite-se ou não, tem uma coerência, uma visão militarizada da vida social. Faço questão de falar isso, pelo respeito as visões ideológicas divergentes, por uma convivência mais cordial; não é justo que a direita seja tratada como se fosse um bloco monolítico, quando não é. Existe ainda o pensamento de matriz liberal, pessoas conservadoras com um discurso consistente, algumas merecem respeito por sua erudição, inteligência e capacidade analítica. Mas há também esses que citei aí, gente cuja ideologia é somente atacar, ladrar, xingar sem nenhum escrúpulo ou critério, espalhar o ódio, atiçar as pessoas e recrutar sua legião de psicopatas. A esses, como Roger, eu abomino.



Um comentário:

  1. Excelente post. Já está marcado nos meus favoritos, irei recomendar para a redação do
    jornal.

    Renata Araujo - Swing
    Analista de programação Swing no jornal do povo

    ResponderExcluir