O dinheiro investido nos estádios poderia ser investido na educação?
Não. Esta é uma frase folclórica, um slogan repetido por aí há meses sem
o menor sentido. O dinheiro para educação é da monta de quase três vezes do
total investido no evento inteiro. Uma verba não tem nada, absolutamente nada a
ver com a outra.
Infelizmente, o argumento desconhece a natureza e os labirintos de um
orçamento público e da previsão orçamentária nacional. Só que é repetido incessantemente
por gente de boa fé, alguns inocentes-úteis , mas tb por muita cobra-criada que
sabe como a coisa funciona, mas se faz de desentendida pra ver o circo pegar fogo.
Aí entra o papel das velha mídia e dos arautos do caos. Como
as oposições midiáticas e partidárias não podem expor o seu programa verdadeiro,
o que lhes resta é apostar no caos, numa catástrofe que arrebente o país por
dentro e internacionalmente. Nada melhor do que a Copa. Nada melhor do que o
fracasso da Copa. Assim, nada melhor do que a violência durante a Copa.
Os arautos na mídia dizem que são contra, que não pregam a
violência. De fato: não pregam. Mas chamam. Esperam. São ardilosos, provocam
incitam até onde podem o reacionarismo na classe média, depois que o saco de
neguinho explode e reage nas ruas, aí eles se fazem de democratas e pacíficos, criminalizam
e entregam black blocs e sininhos de
bandeja pra sociedade linchar a vontade. Se conseguíssemos perceber só uma
parte do movimento das mentes que comandam os meios de comunicação no Brasil,
certamente seríamos cidadãos menos
manipuláveis.
Outro dia,, na entrevista de um black bloc no Estadão, um deles dizia que ‘foram abandonados
pelo Movimento Passe Livre’. Desculpa mas só dando muita risada disso. Caramba,
não é justamente o contrário?! A presença deles é que esvazia as manifestações,
e até as impede, como já aconteceu com a manifestação suspensa dos
motoristas e cobradores no Rio de Janeiro, e dos professores ano passado.
Já falei o que penso, protesto é justo e legítimo. Tenho protestado
contra a corrupção na Fifa há mais de dois anos, indo para as ruas, apoiando os
moradores da Vila Autódromo, ao lado dos moradores da Adeia, do Horto e tudo
que esteja envolvido na lógica das remoções do capital na cidade. Mas é bom que saiba bem
o que se quer, que se tenha informação para não se deixar tomar pelo ódio e a violência
como método e não como justa defesa de
um movimento popular organizado.