sexta-feira, 30 de março de 2012

Nessas horas sinto a mais absoluta VERGONHA de ser brasileiro

É chocante observar como estamos atrasados nas questões relacionadas aos direitos humanos, principalmente se compararmos com os nossos irmãos/vizinhos argentinos, chilenos e uruguaios. E pensar que na Argentina a sociedade, nesse momento, se une para apurar a partcipação dos civis que colaboraram com a Ditadura Militar.
Enquanto isso, no Brasil..Leia e indiguine-se você também:

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/caso-herzog-oea-da-dois-meses-para-brasil-se-explicar

quinta-feira, 29 de março de 2012

Lula e o Pink Floyd

"Olhando de fora, eu vejo grandes mudanças promovidas por Lula. Esse país tem grandes possibilidades. Vocês estão se organizando mais, distribuindo de forma mais justa, se tornando uma potência que pode ser um exemplo para o mundo"
                                                                                                                      Roger Waters

domingo, 25 de março de 2012

Raul Seixas está aí pra quem quiser se deliciar

Quando soube que Walter Carvalho faria um documentário sobre Raul Seixas fui tomado por um sentimento ambíguo: De um lado a alegria de saber que Raul mais uma vez entraria em evidência (mesmo que toda a evidência do mundo pra Raul seja pouco); e de outro, um incômodo "meio besta" de dividir a sala de cinema com aquelas pessoas que o tem na condição de “maluco beleza”da música brasileira, o doidão que tomava todas e cantava aquela “loucurada toda”, com seu jeitão extravagante. Como admirador que sempre fui, o fato da sua "mensagem"  passar dessa forma para o senso comum me frustra um pouco; mas deixei rapidinho de de ser bobo e corri pro cinema, na esperança do  filme bater justamente em teclas que a grande mídia jamais bateu.

O documentário é muito bem feito, fruto de uma pesquisa séria sobre a vida e obra de Raul. Achei o trabalho de edição primoroso também, embora diga, sem medo de errar, que Walter perdeu a chance de levar a plateia ao delírio quando abordava a música “Medo da chuva”. Na hora da entrevista, uma das ex-mulheres de Raul balbucia a canção e não sai nada, ela tenta, lembra o começo e nada, enquanto isso, parte do cinema que conhecia a letra, já tava ensaiando o coro baixinho..

Quando ela finalmente acerta o início – “ É pena que você pense que eu sou seu escravo...” - o câmera não aguenta e canta a segunda parte: “..Dizendo que eu sou seu marido e não posso partir” . Daí, numa boa sacada, corta pra um show do Raul ao vivo, porém,  já no refrão principal. Creio que nessa hora faltou um pouquinho só de sagacidade ao diretor pra imaginar que o cinema quase inteiro, aquela altura, já estaria, fatalmente, na ponta da língua com a parte sequencial : “Como as pedras imóveis na praia eu fico ao teu lado sem saber, dos amores que a vida me trouxe e eu não pude viver..” Ou seja, foi bom, mas poderia ter sido sublime.

Quanto ao lado pessoal de Raul, é dado muito destaque pro seu jeito doidão, pro uso e abuso de álcool e drogas que sabemos que ele fez - fazer o quê?! - mas não posso deixar de observar que o diretor fez sim uma opção ao escolher esse caminho. Opção essa que, infelizmente só reforça o senso comum que paira sobre o mito. Existe um lado simples, boa praça, e doce, uma doçura quase indefesa de Raulzito que foi pouquíssimo explorado.

Aliás meu fascínio por Raul Seixas deriva justamente daí, de saber que aquela mente absolutamente genial, definitivamente desligado em vida dessa vidinha medíocre (que ele tão bem define em Dr. Paxeco), era um cara bacana, supimpa, porreta, sangue bom a vera.


Foi nesse sentido que, pra mim, foi inevitável fazer a comparação com outro grande ídolo nacional: Garrincha. A genialidade de Mané, até hoje perturba muita gente, o jeito de ser e a trajetória de vida dos dois é muito similar, se a gente parar pra observar. Luis Mendes, o palavra fácil, dizia que Garrincha era o Charles Chaplin do futebol. Pois pra mim Dom Raulzito foi o Garrincha da nossa música. O cara que driblou as obviedades da vida e fez o diabo a quatro dessas regrinhas burguesas que fazem tanta gente feliz...na propaganda de margarina..rs.

O documentário também traz os velhos parceiros, em especial, como não poderia deixar de ser, Paulo Coelho. Eu não tenho simpatia pela figura de Paulo Coelho, nunca tive e sempre fiquei com o pé atrás da orelha e a pulga sei lá aonde coma “parceria”que rolou entre ele e Raul Seixas. O filme só reforçou isso. Pra mim o grande parceiro, no sentido mais abrangente possível, foi Marcelo Nova, posso dizer que tive o privilégio de testemunhar ao vivo sua reverência e a forma cuidadosa com que tratava Raul, no show que fizeram no Canecão, em 1989.

O mais importante pra mim foi o diretor ter trazido a genialidade de Raul à tona. Embora eu ache que ele deveria ter dado era ênfase, muita ênfase. Raul era um gênio e gênio dos grandes, pra mim o maior que já existiu aqui; e não só na música. Raul, na minha opinião, é o maior artista brasileiro de que tivemos notícia. Ele está em pé de igualdade com John Lennon, Bob Marley, Roger Waters e outros que me escape. Não deve nada a essa turma e é um privilégio ter nascido brasileiro.

Raul expressou a sua arte da forma mais absoluta e total possível se é que isso é possível. Manifestação artística marcada no corpo, na alma, na vida e na morte. Com ele não tinha tempo ruim, aliás com ele não tinha esse troço de tempo e espaço, Raul subvertia essas dimensões: seja falando de dez mil anos atrás, seja imaginando um dia pra Terra parar, ou mesmo clamando pra partir para um outro lugar qualquer do universo, “tava tudo rebocado meu cumpádi”! No jogo de gato e rato entre o tempo e espaço ele confundia todo mundo pra explicar direitinho que não acreditava bulhufas nesse “ouro de tolo” que foi dito pra gente correr atrás, desde lá atrás, quando cortaram a cabeça do rei na Revolução Francesa.

E quando neguinho achava que o cara era somente um louco, que falava por falar, ele veio e, generosamente abriu espaço em sua arte pra apontar saída pra quem tivesse olhos pra sentir: “Todos os caminhos são iguais, o que leva a glória ou a perdição, há tantos caminhos, tantas portas,mas somente um tem coração”

E só pra botar ainda mais pó de mico na coisa, por mais paradoxal que possa parecer, Raul viveu como ninguém seu tempo. Era contracultura na veia. Enquanto uns e outros por aí faziam passeata contra a guitarra elétrica ele pegou sua panela do diabo e misturou numa boa Luis Gonzaga com Elvis Presley: Uá babaluba..se avexe não meu nego! Isso até que é dito no filme de forma bem contundente, mas, senhor Walter, francamente, com todo respeito, pra que tanto Caetano na sua fita, seu moço?

Bom, é isso, só pra variar eu resolvi dar uma queixadinha aqui mas no chacoalho geral, gostei do documentário. Raul é tão grande que essas críticas pontuais passam batidas e o que fica mesmo é um bom trabalho, uma justa e bonita homenagem à sua pessoa. Eu não ia nem me emocionar não, mas o cara do meu lado e uma senhorinha do outro começaram com esse negócio daí eu embarquei e fui junto, só pra não quebrar o clima, e foi logo na hora que tocava Meu amigo Pedro (graças ao filme, fiquei sabendo que foi composto para o seu irmão).

Pra terminar, como forma de homenageá-lo, eu vou desdizer aquilo tudo que eu disse antes e abrir de novo a caixa da sinceridade: Quer saber? Raul é pra poucos sim. Que se danem os desmiolados, esses "carimbadores malucos" que insistem em colocar nele o rótulo de maluquinho excêntrico da MPB. Malucos são eles que acreditam que Raul morreu. Tem que ser muito tapado pra não perceber que o cara tá é vivinho da silva e perturbando por aí...

Fim de papo.


terça-feira, 20 de março de 2012

Parabéns e acima de tudo obrigado, Lionel Messi!

É pra agradecer a Deus pelo excepcional jogador que estamos vendo acontecer debaixo de nossos queixos caídos. Lionel Messi é a prova que o futebol é fantástico, pois ainda pode nos surpreender com a “força da natureza” que é esse garoto.
Messi acaba de quebrar outro recorde, se tornando o maior artilheiro da história do Barcelona e dá sinais de que não vai sossegar tão cedo, pelo visto, por muitos anos continuará assombrando o mundo da bola.  A cada semana, a cada partida, são dois, três, até cinco gols, e das maneiras mais diversificadas possíveis, seja qual for o adversário, seja qual for a competição, venha quem vier, pra ele “é tudo João”, como era pro Mané.

Sobre isso gostaria de abrir um parênteses: Antes do jogo contra o Bayer Leverkusen começar, observando o craque argentino na hora d ohino, mandei uma mensagem pro meu sobrinho brincando: “Eu tenho medo do Messi”. Sua postura nos minutos que antecedem a partida, denuncia o estrago que fará emcampo minutos depois. Olhar frio, seco, aparentemente alheio àquilo tudo, só esperando o momento do apito do juiz pra fazer aquilo que mais gosta (arrisco dizer que talvez seja até a única coisa que realmente gosta, pois parece até que ele só faz isso na vida). Não consigo imaginar Messi sequer indo ao mercado comprar um aparelho de barbear. Aliás até consigo sim, imagino ele passando pelo balcão das laranjas e fazendo embaixadinha pra espantar o tédio..

É um animal futebolístico, o maior que já se teve notícia.Posso estar enganado, mas acho que nunca existiu um craque dessa envergadura cujo ofício, a vontade e a inclinação de maneira geral fosse somente jogar bola. Refiro-me a até a uma careta ou um simples levantar de sobrancelha na hora do hino. Não tem um brinco, uma tatuagenzinha, uma pulseirinha, uma festinha mais animada, nada parece atrair ou seduzir esse rapaz, somente a bola, somente a velha e boa redondinha. Isso é caso de amor e daqueles duradouros, alguém ainda duvida?

E o mais bacana é que nada também parece deslumbrá-lo e, muito menos, intimidá-lo. Messi trata o mundo glamouroso do futebol como Garrincha tratava o próximo lateral que iria marcá-lo.

Por isso, vê-lo em campo é sempre um privilégio. Vale a pena torcer por ele, ele corresponde, nos dá bônus de alegria e não para de surpreender.

Nas últimas semanas, foram dois gols pelo Espanhol , depois três pela Seleção Argentina, depois cinco na Champions League – quebrando seu próprio recorde de quatro gols sobre o Arsenal em 2010 - depois mais dois pelo Espanhol..Ufa, no domingo, Messi supera a si mesmo e antes da cavadinha, dessa vez cisma de dar uma caneta no zagueiro, e tocar por cobertura, uma pintura..E  hoje, quando precisava de apenas um golzinho pra bater o recorde de César por seu clube, resolveu fazer logo três e levar a bolapra casa mais uma vez! Tapa na bola, gol driblando o goleiro/ batendo no alto e outro por cobertura, é só escolher o mais belo.

Messi é gênio, não há o que contestar. Está, junto com Pelé, Didi, Garrincha, Cruyff, Zidane e Maradona, no seletíssimo grupo dos melhores de todos os tempos, e não precisa ser comparado a ninguém pois imprimiu um estilo jamais visto nos gramados. Ninguém aplicou técnica e velocidade com tamanha perfeição como Messi, nem Maradona - supra sumo da habilidade, mas que não tinha a excelência técnica desse garoto e nem o seu extraordinário poder de decisão.

Sua condução de bola, partindo como um raio pra cima dosadversários, é assombroso de assistir. Messi só visa o gol, leva pancada e não cai e “troca de marcha”com uma facilidade espantosa - percorre o campo em alta velocidade, de repente, para, dá um drible de corpo, ou um passe de um metro como se nada tivesse acontecido. E como é goleador, com todo o respeito, mas vai fazer gol assim lá na "residência do carvalho”..São sempre muitos e belíssimos gols, pra todos os gostos de todos os fregueses. Simplesmente genial!

 Acompanho esse esporte há um bom tempo,quando achava que não me surpreenderia com mais nada, fui agraciado com o futebol refinado de Zinedine Zidane, e hoje tenho o privilégio de ver esse pequenoe admirável argentino reinventando a bola nos gramados do mundo.

Muchas gracias, Lionel!

sexta-feira, 2 de março de 2012

O futebol ontem e hoje

Não é hoje que ouvimos pelos quatro cantos, esquinas e bares desse nosso Brasil perguntas do tipo : O futebol do passado seria igual ao que é praticado atualmente? Os jogadores que marcaram época há trinta, quarenta, cinquenta anos, teriam o mesmo desempenho nos dias atuais?

Para  tentar responder a essas perguntas, creio que seja preciso analisar esse esporte chamado futebol a partir, primeiramente, dos atletas que o praticam, de algumas variações conceituais  e principais características.

Começando pelo mais importante, o jogador, é preciso antes de tudo identificaraquilo que está na gênese de sua formação como atleta. Um jogador de futebol profissional apresenta, via de regra, as seguintes características: Técnica, habilidade, força física, velocidade e mobilidade (capacidade de deslocamento pelo campo)

Nesse sentido encontramos os mais variados tipos de variações e combinações possíveis. Jogadores mais técnicos, como Zico, outros mais habilidosos, como Maradona, outros que se sobressaem por sua impressionante velocidade,como Euller (o filho do vento),  outros pela força física, como o tetracampeão Mauro Silva, outros por sua incrível mobilidade, como Zidane (que desfilava em campo diga-se de passagem) e tantos e tantos outros, incluindo os citados,  que reúnem duas, três, ou em alguns casos,  todas essas características, e ainda, em casos muito excepcionais, todas juntas em altíssimo nível, como podemos ver agora o argentino  Lionel Messi, que assombra o mundo com seu jogo fora de série.

É preciso também reconhecer que as características de um atleta profissional ganham mais importância de acordo com sua época, isso é um fato do qual não dá pra fugir. Há cinquenta anos, com sistemas defensivos menos rígidos , com esquemas de marcação menos evoluídos, com mais espaço para fazer a bola rolar no gramado, os jogadores não tinham tanta necessidade de desenvolver a força e a velocidade. Os que tinham muita habilidade, poderiam apenas sobreviver dela ou, no máximo, desenvolver melhor sua técnica, mas nem isso era uma imposição. Claro que um jogador técnico e habilidoso como Didi, sobressaía ao lado dos companheiros, mas isso lhe bastava. 

Com o tempo, naturalmente as coisas foram mudando. O futebol não é estático, muito pelo contrário, é um esporte como qualquer outro e, como tal,  é dinâmico, sofre interferências de todas as ordens e está em permanente  processo de evolução (embora essa palavra possa ser questionada).

Aos poucos, os sistemas de marcação foram se aprimorando, com isso teve que se dar mais ênfase a capacidade física dos jogadores, não só os da parte defensiva, mas também os atacantes e os de armação no meio campo, pois cada vez mais os espaços que encontravam para criar suas belíssimas jogadas foram diminuindo. O aspecto  físico entrava então de forma inexorável no dia a dia do futebol. 

No futebol moderno as características ligadas ao condicionamento físico-mobilidade, força e velocidade - foram tomando destaque e se colocando em pé de igualdade com as velhas características ‘técnica’ e ‘habilidade’ , como uma imposição a sobrevivência do atleta profissional de futebol. Os jogadores, de trinta anos pra cá, foram gradativamente se vendo forçados a cuidar dessa parte como jamais ocorrera na história. Os que não se adaptaram foram naturalmente se apagando ou sumindo com o tempo. Trata-se de uma constatação. É só fazer um esforço de reportagem que a lista será longa..

Nos dias atuais não há espaço para o jogador somente habilidoso, ou mesmo somente técnico, ou mesmo para um que junte essas duas características. É necessário, eu diria até obrigatório, casar isso com algo ligado a parte física, força, velocidade e ou mobilidade. Podemos citar aqui inúmeros exemplos de sucesso e de fracasso pra ilustrar melhor essa equação. Vejamos alguns:

Ronaldo só foi Fenômeno pois conseguiu juntar sua excelente técnica e boa habilidade a uma velocidade e força impressionante!

Kaká, extremamente técnico teve que unir isso a velocidade e deslocamento pelo gramado pra jogar a bola que sempre jogou.

Rivaldo e Zidane, o supra sumo da técnica, não desenvolveram a velocidade, mas a mobilidade que tinham, a capacidade de girar pelo gramado e tocar inúmeras vezes na bola, fez deles  jogadores brilhantes. 

Cristiano Ronaldo é esse jogador sensacional, pois sua técnica extrema e habilidade incomum se combinam com arrancadas velozes em longa distância.

Lionel Messi, é esse jogador excepcional, fora de série, pois é o único que possui todos esses quesitos em altíssimo nível: Técnica apuradíssima, muita habilidade, velocidade incomparável, força pra aguentar as pancadas e muito deslocamento pra receber a bola e partir pro gol. Um gênio da atualidade.

Claro que muitas perguntas surgem, pois o assunto é complexo mesmo, principalmente  por que envolve paixão, memória afetiva dos grandes times que vimos, etc.

Uma delas acho que é inevitável: E o que dizer de jogadores extremamente talentosos, como Paulo Henrique Ganso? De fato, Ganso é um jogador fantástico, tecnicamente, sua linhagem é do mais alto nível, mas eu digo sem medo de errar que se quiser se estabelecer como o grande craque que tem potencial pra ser no mundo do futebol, terá que buscar mais o jogo, se deslocar mais e ter mais rapidez na saída de bola. Sob pena de ser mais um jogador que tinha tudo pra ser muito mais do que acabou sendo, como exemplo máximo podemos citar o Alex (ex-Palmeiras).

Uma outra pergunta que talvez ocorra há muitos de nós é: Por que jogadores como Robinho e Ronaldinho Gaúcho não se estabeleceram como achávamos que aconteceria?

A resposta não é difícil. O caso do Alex, que citei acima,  é diferente do de Ronaldinho Gaúcho , por exemplo; embora as  circunstâncias que não fizeram nem um nem outro se estabelecer na elite do futebol mundial sejam praticamente as mesmas.

Alex é um jogador de técnica apurada, tem todos os fundamentos na ponta dos cascos, bom passe, excelente visão de jogo, passe por cima, por baixo e uma boa batida na bola na hora de concluir a gol.

Não é o caso de Ronaldinho Gaúcho. Esse jogador se assemelha muito mais a Robinho, ou a Denílson, por exemplo. Se no caso de Alex temos um jogador com técnica apuradíssima, no caso de RG temos um jogador de habilidade apuradíssima, mas de técnica apenas razoável para boa, nada de excepcional.

Jogadores super habilidosos (RG sem dúvida é o maior de todos) mas com deficiências técnicas não aprimoradas durante a carreira, fatalmente irão se destacar por um curtíssimo período de tempo; pois mais do que qualquer outro eles necessitam e muito  da força, da velocidade, da explosão , do ímpeto de partir pra cima. Precisam jogar os 90 minutos quase que em um “estado de euforia” para poderem brilhar. Se fizerem isso, arrancarão aplausos de todas as plateias em todos os estádios. Mas quem aguenta jogar 20 anos de bola nesse ritmo?

Uma última pergunta que, acredito, seja a que mais povoa o nosso pensamento sempre essa discussão passado/presente vem a tona no futebol é a seguinte: Os craques do passado jogariam hoje em dia? Teria espaço no futebol moderno para jogadores como Pelé, Didi, Nilton Santos, Garrincha, Gérson, Di Stéfano, Puskas, etc? Monstros do futebol, que encantaram plateias pelos gramados do mundo afora, jogariam essa bola toda nos dias atuais?

Minha resposta é: Não tenho a menor dúvida que sim. Esses craques jogariam em qualquer tempo, até se inventassem uma pelada na Lua contra seresinhos de outro planeta, eles se destacariam. Mas uma coisa é certa, teriam que se adaptar ao tipo de jogo que é jogado hoje; o que afirmo sem medo de errar que fariam, levando em conta  a principal característica de todos eles, que antecede até o primeiro toque que deram numa bola: a inteligência.

Por fim, peço licença para falar de um caso que considero excepcional. Na minha opinião,  Pelé, por tudo que fez em campo, por tudo que ganhou, por tudo que representou e tb por preferência estilística é o jogador de futebol mais sensacional de todos os tempos.  Pelé reunia em altíssimo nível os principais quesitos de um craque na sua época, fantástico em todos os fundamentos, com jogadas geniais da mais pura habilidade. Além de tudo, Pelé tinha muita força, um equilíbrio fora do comum, arrancadas espetaculares, e um raro poder de decisão.

Além do além de tudo, pois trata-se de um gênio que Deus fez nascer brasileiro, o futebol de Pelé era clássico, encantador, bonito de se ver. Pode ser até que surja alguém com mais bola que ele, como vemos Messi agora e seu futebol de outro planeta, ou mesmo que já tenho surgido alguém do mesmo patamar e nem sequer tenhamos dado conta, quando Zidane desfilou com sua arte pelos gramados, não importa, jamais haverá outro Rei do Futebol..O trono de Pelé é enterno.