Essa Copa do Mundo sub-17 está sendo uma das mais emocionantes dos últimos tempos. Aliás, sem dúvida nenhuma, está melhor de assistir do que a atual Copa América.
O jogo mais eletrizante foi a semi-final México x Alemanha. Um jogo altamente técnico, com muita pegada, cheio de gols e lances incríveis. O México foi buscar o resultado duas vezes , conseguiu o empate de 2x2 num escanteio quase olímpico que contou a raça de seu principal jogador, Gomez – eiiiita garoto bom de bola! Depois, aos 44 do segundo tempo, quando o jogo estava absolutamente equilibrado, e tudo indicava uma decisão por pênaltis, um jogador mexicano vai a linha de fundo, cruza pra dentro da área e Gomez, com a cabeça enfaixada do lance do segundo gol, emplaca uma linda bicicleta decretando o 3x2.
O estádio vai abaixo e o México pra final com o Uruguai.
A seleção uruguaia, por sua vez - diferente do México que enfrentou um leão faminto - conseguiu a vaga de forma bastante tranqüila contra o Brasil, num 3 x0 que acabou ficando de bom tamanho dada a total inapetência da nossa seleção.
Vendo a raça e a dedicação com que se entregaram a partida mexicanos e alemães – esses no final do jogo pareciam que tinham perdido a guerra - e a bonita comemoração do Uruguai, é inevitável a comparação com a seleção brasileira. Nosso time, apesar de superior tecnicamente, aparentou um total descompromisso em campo, uma falta de vontade intrigante e ao mesmo tempo irritante.
Em 2009, no mundial de sub-20 lembro que foi a mesmíssima coisa na final contra Gana; perdemos de forma sonolenta, faltou garra (ou gana mesmo) pois éramos, também naquela ocasião, superiores tecnicamente.
Considerando o fiasco dos garotos de 17 anos nessa Copa, a bobeira dada pelos de 20 anos em 2009, e esse último 0x0 de dar sono do time principal (cheio de jovens promessas), contra a Venezuela, acho que cabe uma pergunta: Pra onde está caminhando o futebol brasileiro?
A sensação que dá é que esses meninos talentosíssimos estão sendo tratados de forma totalmente equivocada, sem um trabalho ou um planejamento sério, que envolva o jogador desde a base, ensinando respeito, valores fundamentais, e a responsabilidade (esportiva) de vestir a camisa amarela de tantas glórias e tantos craques.
Acho que enquanto continuar essa ganância absurda em torno do “produto seleção brasileira”, enquanto prevalecer essa visão mercantilista do dono da CBF, seus parceiros da Rede Globo e tudo que gravita em volta disso, a única coisa que restará aos nossos meninos vai ser escolher a chuteira fosforescente mais chamativa, o brinco de ouro mais maneiro, e o cabeleireiro mais badalado pro topete não desmanchar durante a partida.
quinta-feira, 7 de julho de 2011
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