segunda-feira, 2 de abril de 2012

A paixão de Heleno

Dentro de campo, assombrando os adversários com a camisa do Botafogo, parecia mais o diabo; fora dos gramados não deixava dúvidas, era o próprio. Isso fica muito claro no filme sobre a vida de Heleno de Freitas, que acaba de ser lançado. O filme traz o glamour do Rio de Janeiro nos meados do século XX; os anos dourados da cidade serviram de pano de fundo pra um jovem com sede de vida, de mar, de praia, futebol e mulheres bonitas, fazer seu carnaval particular.

Acho que o diretor encontrou o tom certo para mostrar a história desse polêmico herói alvinegro, talvez o craque  mais incompreendido de que se teve notícia.. A genialidade e o espírito vencedor somados a vaidade formam uma química perigosíssima; quando o álcool e as drogas entram na jogada, aí a explosão se dá da forma mais avassaladora que se possa imaginar.Assim aconteceu com o Heleno. O homem que subiu ao mais alto dos céus e desceu ao mais baixo dos infernos em vida! O cara que causava êxtase na torcida alvinegra e enlouquecia a torcida adversária, que "carinhosamente" o homenageava nas tardes do Maracanã, com o apelido de Gilda -  papel que eternizou a musa Rita Hayworth, anos 40.

Descrevo abaixo a cena que mais me chamou a atenção:

Heleno entra no vestiário após um resultado desfavorável do time (qualquer empate já o tirava do sério, pois era um vitorioso nato, que amava o que fazia e o clube que defendia). Um colega debaixo do chuveiro resolver tirar sarro da sua cara:

- Lá vai o grande Heleno de Freitas, aquele que o jornalista 'x' escreveu em sua coluna que se acha maior do que um jogador de futebol.

Resposta de Heleno, voltando, suspendendo o tratante pelo pescoço, imprensando no azulejo e babando de raiva:

 - Então você vai lá e fala pra esse jornalistazinho de merda  que eu não sou jogador de futebol, EU SOU JOGADOR DO BOTAFOGO.

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